Questão 8843d0d3-31
Prova:PUC - PR 2015
Disciplina:Biologia
Assunto:Principais doenças endêmicas no Brasil, Qualidade de vida das populações humanas

O diagnóstico da dengue pode ser feito com maior rapidez por um exame antígeno NS1, desenvolvido pelo laboratório Oswaldo Cruz, utilizando metodologia imunocromatográfica, que apresenta maior sensibilidade e especificidade.

O teste diagnóstico é um instrumento utilizado para diagnosticar uma determinada doença com maior precisão. Para cada teste diagnóstico existe um valor de referência que define a classificação do resultado em positivo ou negativo. O quadro a seguir é um exemplo hipotético de teste diagnóstico.  


               

A sensibilidade é a capacidade de um teste diagnóstico identificar os verdadeiros positivos naqueles que estão doentes. Já a especificidade é a probabilidade de um teste ser negativo dado que não exista a doença. Para controlar ou eliminar determinada doença são necessárias medidas de profilaxia. A interpretação adequada de testes diagnósticos auxilia nos planos de controle das doenças. A interpretação do quadro anterior permite inferir que  

A
testes de alta sensibilidade diminuiriam o número de indivíduos falsos negativos.  
B
a especificidade aponta cinco falsos positivos.  
C
o teste diagnóstico classificaria por volta de 95 indivíduos positivos a cada 100 indivíduos não infectados.
D
testes de alta especificidade elevariam o número de falsos negativos e diminuiriam o número de falsos positivos.  
E
o teste diagnóstico a cada 1000 indivíduos infectados classificaria 190 como positivos.  

Gabarito comentado

P
Pâmela ArrudaMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: A

Tema central: interpretação de testes diagnósticos (sensibilidade e especificidade) — conceito fundamental para vigilância epidemiológica e controle de doenças como dengue.

Resumo teórico: sensibilidade = probabilidade de o teste ser positivo entre os doentes (TP / [TP+FN]). especificidade = probabilidade de o teste ser negativo entre os não doentes (TN / [TN+FP]). Alta sensibilidade reduz a ocorrência de falsos negativos; alta especificidade reduz falsos positivos. (Fontes: OMS – Dengue guidelines; Ministério da Saúde – protocolos de diagnóstico.)

Justificativa da alternativa A: Dizer que “testes de alta sensibilidade diminuiriam o número de indivíduos falsos negativos” está em conformidade direta com a definição matemática da sensibilidade: quanto maior a sensibilidade, menor é a razão FN/(TP+FN). Logo A está correta.

Análise das alternativas incorretas:

B — “a especificidade aponta cinco falsos positivos.” Incorreto porque especificidade é uma proporção (%) e não um número absoluto; só se saberia “5 falsos positivos” se o enunciado desse uma base (por ex., 100 não infectados) e uma especificidade de 95%. Sem essa informação não se pode afirmar o número absoluto.

C — “classificaria por volta de 95 indivíduos positivos a cada 100 indivíduos não infectados.” Inverte a interpretação: uma especificidade de 95% significa que 95 de 100 não infectados serão negativos, não positivos. Assim, afirmar 95 positivos em 100 não infectados é claramente errado.

D — “testes de alta especificidade elevariam o número de falsos negativos e diminuiriam o número de falsos positivos.” Parte sobre diminuir falsos positivos está certa (alta especificidade → menos FP), mas afirmar que isso necessariamente elevaria os falsos negativos é impreciso: sensibilidade e especificidade podem ser correlacionadas em algum ajuste do ponto de corte, mas uma alta especificidade não implica automaticamente maior FN. Portanto a opção mistura correto e incorreto e é enganosa.

E — “a cada 1000 indivíduos infectados classificaria 190 como positivos.” Isso diz que a sensibilidade seria 19% (190/1000), o que contraria a premissa de “maior sensibilidade” do teste descrito; sem dados do enunciado, essa afirmação numérica é inconsistente com a ideia de teste sensível e, provavelmente, incorreta.

Estratégia para provas: fixe as definições (sensibilidade → verdadeiros positivos; especificidade → verdadeiros negativos), traduza porcentagens em números quando houver base, e desconfi e de alternativas que invertem sentidos (positivo/negativo) ou confundem proporção com quantidade.

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