O permanente revolucionar da produção, o abalar ininterrupto de todas as condições sociais, a incerteza e o movimento eternos distinguem a época de todas as outras. Todas as relações fixas e enferrujadas, com seu cortejo de representações e concepções, são dissolvidas, todas as relações recém-formadas envelhecem antes de poderem ossificar-se. Tudo o que era estável se volatiliza, e os homens são por fim obrigados a encarar com os olhos bem abertos a sua posição na vida.

Em 1848, na defesa de uma nova sociedade, o Manifesto Comunista criticou as transformações advindas da modernização capitalista nos países da Europa Ocidental.

Dois aspectos dessa modernização, então criticados, foram

Alternativa correta: B — aceleração tecnológica – aumento da divisão do trabalho.

Tema central: a questão trata da crítica marxista às transformações trazidas pela modernização capitalista (século XIX): a rápida inovação técnica e a reestruturação do trabalho. Para responder, é preciso reconhecer no trecho palavras-chave como "permanente revolucionar da produção" e "incerteza e movimento", que remetem diretamente à ideia de avanço tecnológico e à crescente especialização do trabalho.

Resumo teórico: Segundo Marx e Engels (Manifesto Comunista, 1848), o capitalismo revoluciona constantemente as forças produtivas — inovação tecnológica e mecanização — e aprofunda a divisão do trabalho, fragmentando tarefas e criando trabalho assalariado e precarizado. Essas mudanças não significaram, automaticamente, proteção social ou aumento salarial médio; ao contrário, intensificaram a exploração e a instabilidade social.

Justificativa da alternativa correta (B): o texto enfatiza a renovação contínua dos métodos produtivos (aceleração tecnológica) e a dissolução de "relações fixas" — fenômenos que levam à crescente diferenciação e especialização de tarefas (aumento da divisão do trabalho). Esses pontos estão alinhados com a crítica do Manifesto às transformações capitalistas.

Análise das alternativas incorretas:

• A — crescimento industrial – garantia de direitos sociais: incorreta. O Manifesto critica o crescimento industrial por gerar precariedade e luta de classes; não havia garantia de direitos sociais automáticos.
• C — mecanização da produção – elevação da renda salarial média: incorreta. A mecanização tende a reduzir custos e pressionar salários, além de deskilling; não há elevação salarial média como consequência direta.
• D — diversificação de mercados – valorização das corporações sindicais: incorreta. O Manifesto aponta expansão dos mercados como mecanismo de internacionalização do capitalismo; a valorização institucional dos sindicatos não é apresentada como resultado imediato dessas transformações — ao contrário, os trabalhadores organizam-se em resposta à exploração.

Dica de interpretação: procure no enunciado termos que remetem a processos (ex.: "revolucionar", "mecanização", "relações dissolvidas") e associe-os às consequências históricas conhecidas. Evite confundir crescimento econômico com avanços sociais automáticos — essa é uma pegadinha comum.

Fontes: Marx & Engels, Manifesto do Partido Comunista (1848); noções de Geografia Econômica e História da Indústria (manuais acadêmicos e materiais de concursos).

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