África vive (...) prisioneira de um passado inventado por outros.
Mia Couto, Um retrato sem moldura, in Leila Hernandez,
A África na sala de aula. São Paulo: Selo Negro, p.11, 2005.
A frase acima se justifica porque
Mia Couto, Um retrato sem moldura, in Leila Hernandez,
A África na sala de aula. São Paulo: Selo Negro, p.11, 2005.
A frase acima se justifica porque
Gabarito comentado
Gabarito: Alternativa E
Tema central: trata-se da continuidade das fronteiras e divisões políticas africanas definidas no período colonial e das consequências dessa imposição externa. É importante conhecer o processo de partilha colonial (Conferência de Berlim, 1884‑85) e a posição dos próprios Estados africanos após a descolonização (princípio de manutenção das fronteiras).
Resumo teórico: A partilha colonial desenhou fronteiras arbitrárias que raramente respeitaram afinidades étnicas ou ecológicas. Para evitar um ciclo contínuo de guerras por território, a Organização da Unidade Africana (OUA, criada em 1963) adotou a regra de respeitar as fronteiras herdadas dos colonizadores — princípio que a atual União Africana manteve. Esse pacto pragmaticamente consolidou a maioria dos Estados independentes com as divisões políticas coloniais.
Justificativa da alternativa correta (E): A alternativa E está correta porque, após a independência, a opção majoritária foi manter as divisões e fronteiras coloniais. A OUA/UA defendeu a inviolabilidade das fronteiras para preservar a estabilidade e evitar novas partilhas. Assim, em linhas gerais, as unidades políticas que conhecemos hoje refletem, em grande medida, a divisão colonial.
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta. Os movimentos de independência foram, em geral, anticoloniais e contra os interesses imperialistas; não foram “patrocinados” pelos imperialistas para manter a exploração.
B — Incorreta. A afirmação reduz e distorce realidades: povos africanos valorizam identidades culturais; a questão foi a imposição externa e o apagamento cultural durante o colonialismo, não uma “preferência” por negar origens.
C — Incorreta. A associação do continente à escravidão antecede e ultrapassa a colonização britânica; além disso, a colonização envolveu várias potências europeias e não se resume ao litoral atlântico britânico.
D — Incorreta. Há interferência externa em alguns conflitos, mas dizer que “os atuais conflitos são comandados por potências estrangeiras” é simplista. Conflitos africanos têm múltiplas causas internas (políticas, econômicas, étnicas) combinadas por influências externas.
Estratégia para prova: identifique palavras-chave (ex.: “se manteve”, “definidas pelos colonizadores”); lembre do princípio da OUA/UA sobre fronteiras. Cuidado com alternativas que exageram ou simplificam causas complexas.
Fontes úteis: documentos da OUA/UA sobre fronteiras; estudos clássicos como Colin Leys, Mahmood Mamdani e Crawford Young; referência histórica: Conferência de Berlim (1884‑85).
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