Mercosul e União Europeia, em várias ocasiões desde a década de 1990, procuraram firmar um acordo de livre comércio
entre os blocos econômicos regionais.
Considerando as características dos países que compõem cada um dos blocos
no contexto do comércio internacional, é correto afirmar que
contribui para o insucesso desse acordo
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa E
Tema central: relações comerciais entre blocos regionais (Mercosul e União Europeia) e os obstáculos reais ao estabelecimento de um acordo de livre comércio. É necessário compreender perfis produtivos, barreiras tarifárias e não-tarifárias e o papel de subsídios no comércio internacional.
Resumo teórico: blocos como o Mercosul (exportador líquido de produtos primários e agropecuários) e a UE (economia industrializada com forte proteção agrícola) enfrentam assimetrias. Barreiras ao comércio não são só tarifas: incluem subsídios, normas sanitárias, cotas e requisitos técnicos. Os subsídios agrícolas da UE (política comum agrícola — CAP) tornam produtos europeus artificialmente competitivos internamente e podem limitar a entrada de produtos estrangeiros, distorcendo preços e fluxos comerciais (ver WTO — Agreement on Agriculture; European Commission — CAP overview).
Por que a alternativa E está correta: os subsídios agrícolas europeus elevam a capacidade produtiva e reduzem o preço interno dos produtos da UE, além de financiar estoques de intervenção e exportações subvencionadas em alguns casos. Isso cria uma barreira efetiva à competitividade dos produtos primários e agroindustriais sul‑americanos, tornando difícil a negociação de abertura do mercado europeu sem concessões substanciais da UE.
Análise das alternativas incorretas:
A — “ideologia terceiro‑mundista...” : incorreta. Argumento ideológico e genérico; decisões comerciais são guiadas por interesses econômicos e de política agrícola, não por uma simples “ideologia” que impediria acordos.
B — “elevados custos de transporte” : incorreta. Embora a distância aumente custos, o comércio entre UE e América do Sul é intensivo e viável (ex.: soja, carne, minérios). Custos logísticos são relevantes, mas não são o principal impeditivo de um acordo estrutural.
C — “fragilidade dos setores industriais europeus” : incorreta. A UE tem setores industriais fortes; a questão não é incapacidade europeia de oferecer soluções, mas sim diferenças de interesses e proteção (principalmente agrícola) que dificultam concessões.
D — “diferenças culturais em consumo” : incorreta. Diferenças culturais afetam preferências, mas não são barreiras determinantes para um acordo de livre comércio entre blocos que já realizam trocas significativas.
Dica de interpretação: em provas, prefira explicações vinculadas a mecanismos econômicos concretos (subsídios, tarifas, cotas) em vez de causas vagamente ideológicas ou culturais. Procure evidências factuais (políticas públicas como a CAP) que expliquem as resistências.
Fontes sugeridas: WTO — Agreement on Agriculture; European Commission — CAP (overview); UNCTAD reports on trade and subsidies.
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