Questão 79dd4e2f-07
Prova:SÃO CAMILO 2018
Disciplina:Geografia
Assunto:Mudanças climáticas

Um grupo internacional de especialistas alerta que, caso não sejam adotadas medidas mais drásticas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa do que as estabelecidas no âmbito do Acordo de Paris, o teto considerado seguro para o aquecimento global – de 2 °C acima dos níveis pré-industriais até o final do século – pode ser alcançado já em 2050.

(https://agencia.fapesp.br)

Entre os desafios para o cumprimento das metas do Acordo de Paris, pode-se mencionar

A
a ingerência dos órgãos regulatórios da ONU na legislação ambiental dos países signatários.
B
a possibilidade oferecida aos países subdesenvolvidos de não ratificar os termos do acordo.
C
a opção pela matriz energética fóssil em detrimento das fontes de energia renováveis.
D
a ausência de padronização para o cálculo global das emissões de gases poluentes.
E
o boicote das empresas transnacionais à colaboração no atendimento às metas de descarbonização.

Gabarito comentado

P
Paula DelgadoMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: C

Tema central: impactos das escolhas da matriz energética sobre o aquecimento global e os obstáculos ao cumprimento das metas do Acordo de Paris. É essencial entender que as emissões de gases de efeito estufa (GEE) estão diretamente relacionadas ao uso de combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás) e que a transição para fontes renováveis é condição estrutural para limitar o aquecimento.

Resumo teórico: o Acordo de Paris (UNFCCC, 2015) estabelece metas nacionais (NDCs) para reduzir emissões e limitar o aquecimento a bem abaixo de 2 °C. As maiores emissões vêm do setor energético quando baseado em fósseis; por isso, a substituição da matriz fóssil por renováveis é medida central. Fontes: Acordo de Paris (UNFCCC) e relatórios do IPCC (especialmente AR6) e as Diretrizes do IPCC para inventários de GEE.

Justificativa da alternativa C (correta): optar pela matriz energética fóssil mantém ou aumenta as emissões de CO2 e metano, tornando impossível atingir as reduções necessárias previstas nas NDCs. A infraestrutura de combustíveis fósseis (usinas, gasodutos, contratos de longo prazo) cria lock-in tecnológico e econômico que atrasa a descarbonização — por isso é o desafio mais direto e sistemicamente relevante para cumprir o Acordo de Paris.

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta. O Acordo de Paris não impõe ingerência direta na legislação interna; ele funciona via compromissos nacionais voluntários (NDCs). Não é a ONU que legisla os países, logo a “ingerência” não é o principal obstáculo técnico às metas.

B — Incorreta. Embora haja diferenças entre países desenvolvidos e em desenvolvimento (princípio de responsabilidades comuns), o problema não é uma “opção generalizada de não ratificar”; a maioria dos países já ratificou. O desafio real é reduzir emissões, não a ratificação em si.

D — Incorreta. Existem metodologias padronizadas (IPCC Guidelines) para cálculo de emissões; o problema é implementação e qualidade dos inventários, não ausência total de padronização.

E — Incorreta. A resistência de empresas pode atrapalhar, mas é um fator parcial. A dependência de combustíveis fósseis na economia (opção C) é a causa estrutural que explica por que empresas, políticas e investimentos custam a mudar.

Dica de prova: identifique causas estruturais (matriz energética, infraestrutura) versus questões institucionais ou alegadas que não são centrais. Pergunte-se: “isso aumenta diretamente as emissões?” Se sim, tem alta probabilidade de ser a resposta correta.

Fontes: UNFCCC – Paris Agreement (2015); IPCC AR6; IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories.

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