A matriz energética desse país é baseada em carvão mineral, transportado por ferrovias, que usam muito diesel; o minério segue em navios, que consomem muito combustível, e o país ainda tem demanda grande de petroquímicos, por conta da construção civil e bens de consumo e da sua crescente urbanização. Em 2010, tornou-se o maior consumidor mundial de petróleo, ultrapassando os Estados Unidos. Em 2003, o valor das exportações de petróleo do Brasil para esse país era 0,5% do total, e, em 2013, as exportações brasileiras saltaram para 8,7%, confirmando a liderança comercial desse país com o Brasil.

(Valor Econômico, 23.08.2014)

O texto refere-se à

Alternativa correta: C — China

Tema central: energia e geoeconomia — a questão exige identificar um país pelo perfil da sua matriz energética (forte dependência do carvão), pelos fluxos de transporte (ferrovias e navios) e pela evolução do consumo e do comércio de petróleo. Essas pistas ligam fontes energéticas, logística e relações comerciais.

Resumo teórico: países com matriz baseada em carvão apresentam grande movimentação ferroviária (transporte de carvão e minérios) e forte demanda por derivados de petróleo para transporte e petroquímica. Urbanização acelerada e expansão da construção civil elevam consumo de petroquímicos e combustíveis. Indicadores-chave: participação do carvão na matriz, consumo de petróleo ao longo do tempo e principais parceiros comerciais.

Por que a China? As pistas coincidem com a China: é tradicionalmente dependente do carvão (grande malha ferroviária para carvão e minério), importa enormes volumes de minério de ferro via navios (alto consumo de combustível marítimo) e teve rápida urbanização/industrialização que elevou a demanda petroquímica. Além disso, fontes de energia e comércio registraram que a China ultrapassou os EUA como maior consumidor de petróleo por volta de 2010 (ver EIA/BP) e tornou‑se principal parceiro comercial do Brasil, com forte aumento das exportações brasileiras entre 2003 e 2013 (dados do comércio exterior — ComexStat).

Análise das alternativas incorretas:

A — Alemanha: economia industrial sofisticada, mas pequena produção mineral marítima e matriz energética menos dependente do carvão em escala comparável; não bate com o salto de consumo petrolífero de 2010 nem com o padrão exportador do Brasil.

B — Itália: alta urbanização e indústria, porém sem grande transporte ferroviário de carvão/minério nem papel central no comércio de minério para o Brasil.

D — Austrália: é grande exportadora de carvão e minério (por via marítima), mas sua demanda interna de petróleo/produtos petroquímicos e sua população reduzem a hipótese de ter "tornado-se o maior consumidor mundial de petróleo" em 2010; também não seria o destino que cresceu tanto nas exportações brasileiras naquele período.

E — Índia: perfil de crescimento e urbanização semelhante, porém em 2010 ainda não superou os EUA como maior consumidor de petróleo; além disso, o texto enfatiza exportações brasileiras que apontam especificamente para a China.

Dica de prova: foque nas pistas temporais (“em 2010... ultrapassando os EUA”) e nos vetores logísticos (ferrovias + navios + demanda petroquímica). Cruzar energia + transporte + comércio externo é a estratégia mais segura.

Fontes úteis: EIA / BP Statistical Review (dados de consumo energético), MDIC — ComexStat (comércio Brasil‑China).

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