O crescimento demográfico está ligado a dois fatores: crescimento natural ou vegetativo, que corresponde à diferença
entre nascimento e óbitos verificada numa população, e a taxa de migração, que é a diferença entre a entrada e a saída de
pessoas de um território.
Em relação ao crescimento demográfico, analise as afirmativas abaixo.
I - Pelo princípio malthusiano, a população tenderia sempre a crescer mais do que os meios de subsistência, tornando
a fome e a miséria uma realidade inexorável (PG x PA). Uma alternativa lógica para se evitar o desastre populacional
seria o controle da natalidade por meio do uso de métodos contraceptivos, aborto, abstinência sexual no casamento
etc.
II - Os avanços da medicina, as medidas de avanço da higiene pública e a melhoria do padrão de vida da população
possibilitaram uma forte redução da taxa bruta de mortalidade em todo o mundo. Para os neomaethusianos, a
queda da mortalidade não tem efeito se não for seguida da redução da taxa de fecundidade, pois impediria o
crescimento econômico do país. Por isso, a solução seria o controle da fecundidade, por meio de métodos
contraceptivos e esterilização em massa.
III - Uma das consequências da queda da fecundidade brasileira são taxas de crescimento diferenciadas dos vários
grupos etários, com taxas menores para os grupos mais jovens. Isto tem resultado numa diminuição do peso da
população jovem no país e num aumento da importância do segmento idoso. Esta tendência é chamada de
envelhecimento populacional, pois se dá em detrimento da diminuição do peso da população jovem no total, o que
acarreta também um aumento da idade média e mediana da população.
Assinale a alternativa correta.
Gabarito comentado
Resposta correta: D — II e III são verdadeiras
Tema central: crescimento demográfico — componentes (crescimento natural/vegetativo e migração) e interpretações teóricas (malthusianismo e neomalthusianismo) que influenciam políticas de controle populacional. Importância: aparece em questões sobre transição demográfica, políticas públicas e envelhecimento.
Resumo teórico conciso: Malthus (1798) argumentou que a população tende a crescer em progressão geométrica e os meios de subsistência em progressão aritmética, prevendo pressões sobre recursos; ele defendia sobretudo a “abstinência moral” (retenção sexual) como freio — não a promoção explícita de contraceptivos ou políticas coercitivas. Neomalthusianos atualizam a preocupação com limites ambientais e defendem redução da fecundidade para evitar crises; historicamente alguns defenderam programas de planejamento familiar — em casos extremos, políticas coercitivas foram aplicadas. A queda da fecundidade leva à redução relativa da população jovem e ao aumento do peso dos idosos — processo conhecido como envelhecimento populacional (IBGE; ONU).
Justificativa da alternativa D: II — Correta. Afirma que avanços em saúde reduziram a mortalidade e que, para neomalthusianos, essa queda exige redução da fecundidade para evitar problemas econômicos e demográficos; descreve também a ênfase em controle da fecundidade (incluindo medidas controversas). Isso corresponde à interpretação histórica e às propostas neomalthusianas — logo é verdadeira. III — Correta. Resume corretamente o efeito da queda da fecundidade: menor proporção de jovens, crescimento relativo dos idosos, aumento da idade média/mediana — definição clássica de envelhecimento populacional (ver IBGE, ONU).
Análise das alternativas incorretas: A (apenas I) — Errada. I confunde o pensamento malthusiano clássico com propostas neomalthusianas: Malthus defendia principalmente moral restraint (abstinência), não a promoção aberta de contraceptivos, aborto ou esterilização. Assim, a redação de I está incorreta. B (I e III) — Errada pelos mesmos motivos: I é falha; III é verdadeira, mas B inclui I. C (I e II) — Errada porque I é falsa; II é verdadeira mas não basta para tornar C correta.
Dica de prova: ao ler itens históricos, identifique nomes (Malthus × neomalthusianos) e procure diferenças conceituais. Cuidado com opções que misturam propostas originais e adaptações posteriores — isso costuma ser a pegadinha.
Fontes recomendadas: Thomas Malthus, An Essay on the Principle of Population (1798); IBGE — publicações sobre transição demográfica; ONU — Divisão de População.
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