Questão 7319af1b-e0
Prova:UEPB 2011
Disciplina:História e Geografia de Estados e Municípios
Assunto:História e Geografia do Estado da Paraíba

“Margarida Maria Alves (1943-1983) nasceu em Alagoa Grande, de família humilde e pobre. Percebendo a exploração dos usineiros sobre os trabalhadores, participou ativamente do sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, tornando-se a primeira mulher a ocupar um cargo deste no estado. No dia 12 de agosto de 1983 pistoleiros mataram Margarida a tiros, na frente de sua casa, diante do marido e de filhos.” (Antonio Clarindo e Fábio Gutemberg. Org. História da Paraíba – ensino médio. CG. EDFFCG.2007. p. 154)


Quanto à temática da mulher paraibana no mundo do trabalho, é correto afirmar:

A
as mulheres da elite paraibana não enfrentaram os preconceitos da sociedade para fazer um curso superior e trabalhar fora de casa, como ocorreu com Eudésia Vieira de Carvalho, que se formou em medicina em 1922.
B
tanto o voto quanto o trabalho feminino foram incentivados pelos chargistas da primeira metade do século XX, através do recurso de suas imagens.
C
a luta pela emancipação feminina só teve espaço a partir do trabalho da líder sindical Margarida Maria Alves.
D
as mulheres pobres da Paraíba não exerceram, em meados do século XX, o trabalho fora de casa , mesmo que este ajudasse no orçamento familiar.
E
o único curso que as mulheres poderiam fazer no inicio do século XX era o da Escola Normal, fundada em 1880, na Parahyba do Norte.

Gabarito comentado

M
Monica Lima Monitor do Qconcursos

Resposta correta: E

Tema central: trata-se da participação feminina no mundo do trabalho e das limitações de acesso à formação superior para mulheres na Paraíba no início do século XX. É tema comum em provas sobre história social e movimentos femininos locais.

Resumo teórico sucinto: no final do século XIX e início do XX, as mulheres brasileiras — especialmente nas províncias — tinham acesso educacional restrito. A Escola Normal (formação de professoras) foi, historicamente, a principal porta de entrada oficial para a educação formal feminina. Outras profissões e cursos só se abririam progressivamente, com exceções individuais (mulheres pioneiras). Em paralelo, o trabalho feminino nas classes populares já era realidade: serviço doméstico, trabalho rural e na indústria têxtil eram comuns.

Justificativa da alternativa E (correta): a alternativa afirma que, no início do século XX, o único curso ao alcance das mulheres era o da Escola Normal, criada em 1880 na Parahyba do Norte. Essa alternativa resume a realidade institucional local: a formação normal foi a principal e mais aceita formação feminina formal na época, sendo referência para a inserção de mulheres no ensino. Fontes locais de história da Paraíba (como o material didático citado no enunciado) e estudos sobre educação mostram que a Escola Normal foi a instituição efetivamente estruturada para formar mulheres como professoras, posição socialmente aceita para o sexo feminino naquele período.

Análise das alternativas incorretas:

A — incorreta. Dizer que mulheres da elite “não enfrentaram preconceitos” é absoluto e falso. Houve barreiras e resistências; além disso, há exemplos de mulheres pioneiras (como Eudésia Vieira de Carvalho, médica em 1922), mostrando que o acesso existiu, embora difícil.

B — incorreta. Chargistas e caricaturistas da primeira metade do século XX nem sempre incentivaram o voto ou o trabalho feminino; muitas vezes reforçavam estereótipos e críticas sociais. A afirmação generaliza uma ação que não foi uniforme.

C — incorreta. A luta pela emancipação feminina antecede Margarida Maria Alves: havia movimentos e lideranças femininas, educadoras e sufragistas antes dela. Margarida é figura crucial na luta sindical rural, mas não o ponto de partida da emancipação feminina.

D — incorreta. Afirmar que mulheres pobres não trabalharam fora de casa é falso: nas classes populares era comum o trabalho remunerado — agrícola, doméstico, artesanal — para complementar a renda familiar.

Estratégia para provas: desconfie de termos absolutos (sempre, nunca, único, só) e de generalizações. Busque lembrar exemplos históricos locais (pioneiras, instituições) e diferenciar exceção de regra. Use a contextualização temporal: o que era norma institucional no início do século pode ter mudado depois.

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