“Margarida Maria Alves (1943-1983) nasceu em Alagoa Grande, de família humilde e pobre. Percebendo a exploração dos usineiros sobre os
trabalhadores, participou ativamente do sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, tornando-se a primeira mulher a ocupar um
cargo deste no estado. No dia 12 de agosto de 1983 pistoleiros mataram Margarida a tiros, na frente de sua casa, diante do marido e de filhos.”
(Antonio Clarindo e Fábio Gutemberg. Org. História da Paraíba – ensino médio. CG. EDFFCG.2007. p. 154)
Quanto à temática da mulher paraibana no mundo do trabalho, é correto afirmar:
Gabarito comentado
Resposta correta: E
Tema central: trata-se da participação feminina no mundo do trabalho e das limitações de acesso à formação superior para mulheres na Paraíba no início do século XX. É tema comum em provas sobre história social e movimentos femininos locais.
Resumo teórico sucinto: no final do século XIX e início do XX, as mulheres brasileiras — especialmente nas províncias — tinham acesso educacional restrito. A Escola Normal (formação de professoras) foi, historicamente, a principal porta de entrada oficial para a educação formal feminina. Outras profissões e cursos só se abririam progressivamente, com exceções individuais (mulheres pioneiras). Em paralelo, o trabalho feminino nas classes populares já era realidade: serviço doméstico, trabalho rural e na indústria têxtil eram comuns.
Justificativa da alternativa E (correta): a alternativa afirma que, no início do século XX, o único curso ao alcance das mulheres era o da Escola Normal, criada em 1880 na Parahyba do Norte. Essa alternativa resume a realidade institucional local: a formação normal foi a principal e mais aceita formação feminina formal na época, sendo referência para a inserção de mulheres no ensino. Fontes locais de história da Paraíba (como o material didático citado no enunciado) e estudos sobre educação mostram que a Escola Normal foi a instituição efetivamente estruturada para formar mulheres como professoras, posição socialmente aceita para o sexo feminino naquele período.
Análise das alternativas incorretas:
A — incorreta. Dizer que mulheres da elite “não enfrentaram preconceitos” é absoluto e falso. Houve barreiras e resistências; além disso, há exemplos de mulheres pioneiras (como Eudésia Vieira de Carvalho, médica em 1922), mostrando que o acesso existiu, embora difícil.
B — incorreta. Chargistas e caricaturistas da primeira metade do século XX nem sempre incentivaram o voto ou o trabalho feminino; muitas vezes reforçavam estereótipos e críticas sociais. A afirmação generaliza uma ação que não foi uniforme.
C — incorreta. A luta pela emancipação feminina antecede Margarida Maria Alves: havia movimentos e lideranças femininas, educadoras e sufragistas antes dela. Margarida é figura crucial na luta sindical rural, mas não o ponto de partida da emancipação feminina.
D — incorreta. Afirmar que mulheres pobres não trabalharam fora de casa é falso: nas classes populares era comum o trabalho remunerado — agrícola, doméstico, artesanal — para complementar a renda familiar.
Estratégia para provas: desconfie de termos absolutos (sempre, nunca, único, só) e de generalizações. Busque lembrar exemplos históricos locais (pioneiras, instituições) e diferenciar exceção de regra. Use a contextualização temporal: o que era norma institucional no início do século pode ter mudado depois.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!



