“Ao ler compêndios de História da Paraíba e/ou histórias municipais, salta-nos à vista, como tem sido lacunar e preconceituosa a pesquisa
histórica sobre populações indígenas da Paraíba.” (Josemir Camilo in História da Paraíba - ensino médio. Org. Antônio Clarindo e Fábio
Gutemberg. CG. EDUFCG. 2007. p. 2)
Considerando estas populações podemos afirmar:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa B
Tema central: trata-se da história social dos povos indígenas na Paraíba e da forma como fatores ambientais (como secas) e pressões coloniais moldaram conflitos, alianças e estratégias de sobrevivência. Conhecer esse contexto permite avaliar afirmações sobre demografia, movimentos indígenas, atuação missionária e legislação colonial.
Resumo teórico: os povos indígenas no litoral e interior da Paraíba (entre eles grupos ligados a designações históricas como Potiguara, Tabajara e grupos tapuias/Cariri) sofreram forte impacto da colonização — perda de terras, violência, aliança ou resistência. Períodos de grande seca no Nordeste intensificaram a competição por recursos, levando tanto a conflitos quanto a confederações e movimentos de resistência para proteger a subsistência. (Fonte: Josemir Camilo, História da Paraíba, EDUFCG, 2007; estudos do IBGE e bibliografia regional.)
Justificativa da alternativa B: é historicamente consistente que as secas tenham provocado lutas e a formação de alianças entre grupos indígenas em defesa da subsistência. A insegurança alimentar e a pressão sobre territórios provocavam deslocamentos e coalizões defensivas — fenômeno bem documentado na historiografia do Nordeste.
Análise das incorretas:
A — incorreta: não existem hoje “dezenas” de grupos étnicos na Paraíba nem uma população indígena da ordem de 40 mil; a presença é menor e concentrada em poucas comunidades — cuidado com números absolutos sem fonte (ver IBGE).
C — incorreta: mistura eventos e locais de modo impreciso. A “Confederação dos Cariris” e a formação de aldeias vinculadas a outros grupos exigem cuidado cronológico e geográfico; vincular diretamente ao surgimento da Aldeia de Alhandra/Tabajaras é impreciso.
D — incorreta: a legislação colonial foi ambígua; apesar de haver normas reais de proteção em certos períodos, a prática colonial frequentemente foi violenta, com coerção e trabalho forçado — não se pode qualificar genericamente como “branda”.
E — incorreta: missionários (jesuítas e outros) atuaram ativamente na catequese e na organização de aldeias na região, sendo peça central nas políticas indígenas coloniais.
Estratégia de prova: desconfiar de termos absolutos (“sempre”, “praticamente não”, “atualmente há dezenas”); verificar coerência cronológica e dados demográficos; usar palavras-chave do enunciado para checar verossimilhança histórica.
Fontes indicadas: Josemir Camilo (org.), História da Paraíba (EDUFCG, 2007); IBGE — estudos sobre população indígena; bibliografia regional sobre indígenas do Nordeste.
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