Questão 72ea8a20-e0
Prova:UEPB 2011
Disciplina:História e Geografia de Estados e Municípios
Assunto:História e Geografia do Estado da Paraíba

“Ao ler compêndios de História da Paraíba e/ou histórias municipais, salta-nos à vista, como tem sido lacunar e preconceituosa a pesquisa histórica sobre populações indígenas da Paraíba.” (Josemir Camilo in História da Paraíba - ensino médio. Org. Antônio Clarindo e Fábio Gutemberg. CG. EDUFCG. 2007. p. 2)


Considerando estas populações podemos afirmar:

A
atualmente há dezenas de grupos étnicos indígenas na Paraíba, caracterizados por vários comunidades potiguaras, totalizando uma população de aproximadamente 40 mil habitantes.
B
os períodos de grandes secas foram sempre de lutas entre os índios que se confederavam em defesa da própria subsistência.
C
no século XVIII ocorreu a Confederação dos Cariris que resultou no surgimento da Aldeia de Alhandra na Paraíba, área dos Tabajaras.
D
a legislação colonialista do século XVIII foi branda quanto aos indígenas paraibanos, proibindo o extermínio de índios rebeldes e a obrigatoriedade do trabalho camponês.
E
os missionários católicos praticamente não atuaram na catequese indígena na Paraíba.

Gabarito comentado

M
Monica Lima Monitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa B

Tema central: trata-se da história social dos povos indígenas na Paraíba e da forma como fatores ambientais (como secas) e pressões coloniais moldaram conflitos, alianças e estratégias de sobrevivência. Conhecer esse contexto permite avaliar afirmações sobre demografia, movimentos indígenas, atuação missionária e legislação colonial.

Resumo teórico: os povos indígenas no litoral e interior da Paraíba (entre eles grupos ligados a designações históricas como Potiguara, Tabajara e grupos tapuias/Cariri) sofreram forte impacto da colonização — perda de terras, violência, aliança ou resistência. Períodos de grande seca no Nordeste intensificaram a competição por recursos, levando tanto a conflitos quanto a confederações e movimentos de resistência para proteger a subsistência. (Fonte: Josemir Camilo, História da Paraíba, EDUFCG, 2007; estudos do IBGE e bibliografia regional.)

Justificativa da alternativa B: é historicamente consistente que as secas tenham provocado lutas e a formação de alianças entre grupos indígenas em defesa da subsistência. A insegurança alimentar e a pressão sobre territórios provocavam deslocamentos e coalizões defensivas — fenômeno bem documentado na historiografia do Nordeste.

Análise das incorretas:

A — incorreta: não existem hoje “dezenas” de grupos étnicos na Paraíba nem uma população indígena da ordem de 40 mil; a presença é menor e concentrada em poucas comunidades — cuidado com números absolutos sem fonte (ver IBGE).

C — incorreta: mistura eventos e locais de modo impreciso. A “Confederação dos Cariris” e a formação de aldeias vinculadas a outros grupos exigem cuidado cronológico e geográfico; vincular diretamente ao surgimento da Aldeia de Alhandra/Tabajaras é impreciso.

D — incorreta: a legislação colonial foi ambígua; apesar de haver normas reais de proteção em certos períodos, a prática colonial frequentemente foi violenta, com coerção e trabalho forçado — não se pode qualificar genericamente como “branda”.

E — incorreta: missionários (jesuítas e outros) atuaram ativamente na catequese e na organização de aldeias na região, sendo peça central nas políticas indígenas coloniais.

Estratégia de prova: desconfiar de termos absolutos (“sempre”, “praticamente não”, “atualmente há dezenas”); verificar coerência cronológica e dados demográficos; usar palavras-chave do enunciado para checar verossimilhança histórica.

Fontes indicadas: Josemir Camilo (org.), História da Paraíba (EDUFCG, 2007); IBGE — estudos sobre população indígena; bibliografia regional sobre indígenas do Nordeste.

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