Questão 6ec96799-34
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Sonhara em ter uma dúzia de filhos, mas o destino
lhe dera apenas dois. Sua mulher, após o segundo
parto, ficara impossibilitada de procriar.” A leitura desse
fragmento do Texto 5 pode remeter-nos a reflexões sobre
hereditariedade. Imagine que pais heterozigotos com
olhos castanhos tenham tido um filho com olhos azuis.
Nas proposições abaixo, marque a alternativa que explica
esse fenômeno:
Sonhara em ter uma dúzia de filhos, mas o destino
lhe dera apenas dois. Sua mulher, após o segundo
parto, ficara impossibilitada de procriar.” A leitura desse
fragmento do Texto 5 pode remeter-nos a reflexões sobre
hereditariedade. Imagine que pais heterozigotos com
olhos castanhos tenham tido um filho com olhos azuis.
Nas proposições abaixo, marque a alternativa que explica
esse fenômeno:
TEXTO 5
TODO PIONEIRO É UM FORTE, pensava
Bambico. Acredita nos sonhos. Se não fosse por ele, o
mundo ainda estaria no tempo das cavernas... Quanto
mais pensava nisso, mais se fortalecia.
Bambico chegara à Amazônia com as mãos
vazias, vindo do Sul. Mas tinha na cabeça projetos
grandiosos. Queria extrair da natureza toda a riqueza
intacta, como o garimpeiro faz. Não desejava, entretanto,
cavar rio e terra para achar pepitas de ouro.
Não tinha vocação para tatu. Não faria como os garimpeiros:
quando não havia mais nada, eles se mudavam,
atrás de outros garimpos.
— Garimpeiro vive de ilusões. Eu gosto de projetos!
Que projetos grandiosos eram? Cortar árvores,
exportar madeiras preciosas para a casa e a mobília
dos ricos. Em seguida, semear capim, povoando os
campos com as boiadas de nelore brilhando de tanta
saúde. A riqueza estava acima do chão. A imensidão
verde desaparecia no horizonte. Só de olhar para uma
árvore, sabia quantos dólares cairia em seus bolsos.
Quando ouvia os roncos das motosserras, costumava
dizer, orgulhoso:
— Eis o barulho da fortuna!
Montes de serragem eram avistados de longe
quando o visitante chegava às pequenas comunidades.
Os caminhões de toras gemiam nas estradas
esburacadas. Índios e caboclos eram afugentados à
bala. A floresta se transformava num pó fino, que
logo apodrecia. Quando os montes de serragem não
apodreciam, eram queimados, sempre apressadamente.
Por dias, os canudos negros de fumaça subindo
pesadamente ao céu. Havia o medo dos fiscais.
Quando apareciam, quase nunca eram vistos, era
conveniente que houvesse pouca serragem...
Que história, a de Bambico! Teria muita coisa a
contar para os netos que haveriam de chegar.
Em seu escritório, fumando um Havana, que
um importador americano lhe presenteara, estufou
o peito, vaidoso.
— Sim, muitas coisas! Quem te viu, quem te vê!
[...]
Sentia prazer com seus projetos grandiosos.
Toda manhã se levantava para conquistar o mundo.
Vereança era merreca. Não se rastejava em pequenos
projetos. Muito menos desejava ser deputado... Ambicionava
altos voos. Todo deputado era pau-mandado
dos ricos. O Senado, sim, era o grande alvo. Lá,
ele poderia afrontar esses “falsos profetas protetores
da natureza". Essas ONGs de fachada... Lá, o seu cajado
cairia sem dó, como um verdugo, sobre o costado
dessa gente tola. Enquanto isso, ele poderia continuar
seus projetos grandiosos. Cortar árvores, exportar
madeiras preciosas para a casa e a mobília dos ricos,
e semear capim.
Sonhara em ter uma dúzia de filhos, mas o
destino lhe dera apenas dois. Sua mulher, após o segundo
parto, ficara impossibilitada de procriar. Não
queria fêmea entre os seus descendentes, mas logo
no primeiro parto veio a decepção. Uma menina.
Decepcionado, nada comentou com a esposa. No segundo,
depois de uma gravidez tumultuada, veio o
varão. Encheu-se de alegria. Com certeza, mais varões
estavam para vir... [...]
(GONÇALVES, David. Sangue verde. São Paulo:
Sucesso Pocket, 2014. p. 114-115.)
TEXTO 5
TODO PIONEIRO É UM FORTE, pensava Bambico. Acredita nos sonhos. Se não fosse por ele, o mundo ainda estaria no tempo das cavernas... Quanto mais pensava nisso, mais se fortalecia.
Bambico chegara à Amazônia com as mãos vazias, vindo do Sul. Mas tinha na cabeça projetos grandiosos. Queria extrair da natureza toda a riqueza intacta, como o garimpeiro faz. Não desejava, entretanto, cavar rio e terra para achar pepitas de ouro. Não tinha vocação para tatu. Não faria como os garimpeiros: quando não havia mais nada, eles se mudavam, atrás de outros garimpos.
— Garimpeiro vive de ilusões. Eu gosto de projetos!
Que projetos grandiosos eram? Cortar árvores, exportar madeiras preciosas para a casa e a mobília dos ricos. Em seguida, semear capim, povoando os campos com as boiadas de nelore brilhando de tanta saúde. A riqueza estava acima do chão. A imensidão verde desaparecia no horizonte. Só de olhar para uma árvore, sabia quantos dólares cairia em seus bolsos. Quando ouvia os roncos das motosserras, costumava dizer, orgulhoso:
— Eis o barulho da fortuna!
Montes de serragem eram avistados de longe quando o visitante chegava às pequenas comunidades. Os caminhões de toras gemiam nas estradas esburacadas. Índios e caboclos eram afugentados à bala. A floresta se transformava num pó fino, que logo apodrecia. Quando os montes de serragem não apodreciam, eram queimados, sempre apressadamente. Por dias, os canudos negros de fumaça subindo pesadamente ao céu. Havia o medo dos fiscais. Quando apareciam, quase nunca eram vistos, era conveniente que houvesse pouca serragem...
Que história, a de Bambico! Teria muita coisa a contar para os netos que haveriam de chegar.
Em seu escritório, fumando um Havana, que um importador americano lhe presenteara, estufou o peito, vaidoso.
— Sim, muitas coisas! Quem te viu, quem te vê!
[...]
Sentia prazer com seus projetos grandiosos. Toda manhã se levantava para conquistar o mundo. Vereança era merreca. Não se rastejava em pequenos projetos. Muito menos desejava ser deputado... Ambicionava altos voos. Todo deputado era pau-mandado dos ricos. O Senado, sim, era o grande alvo. Lá, ele poderia afrontar esses “falsos profetas protetores da natureza". Essas ONGs de fachada... Lá, o seu cajado cairia sem dó, como um verdugo, sobre o costado dessa gente tola. Enquanto isso, ele poderia continuar seus projetos grandiosos. Cortar árvores, exportar madeiras preciosas para a casa e a mobília dos ricos, e semear capim.
Sonhara em ter uma dúzia de filhos, mas o destino lhe dera apenas dois. Sua mulher, após o segundo parto, ficara impossibilitada de procriar. Não queria fêmea entre os seus descendentes, mas logo no primeiro parto veio a decepção. Uma menina. Decepcionado, nada comentou com a esposa. No segundo, depois de uma gravidez tumultuada, veio o varão. Encheu-se de alegria. Com certeza, mais varões estavam para vir... [...]
(GONÇALVES, David. Sangue verde. São Paulo: Sucesso Pocket, 2014. p. 114-115.)
TODO PIONEIRO É UM FORTE, pensava Bambico. Acredita nos sonhos. Se não fosse por ele, o mundo ainda estaria no tempo das cavernas... Quanto mais pensava nisso, mais se fortalecia.
Bambico chegara à Amazônia com as mãos vazias, vindo do Sul. Mas tinha na cabeça projetos grandiosos. Queria extrair da natureza toda a riqueza intacta, como o garimpeiro faz. Não desejava, entretanto, cavar rio e terra para achar pepitas de ouro. Não tinha vocação para tatu. Não faria como os garimpeiros: quando não havia mais nada, eles se mudavam, atrás de outros garimpos.
— Garimpeiro vive de ilusões. Eu gosto de projetos!
Que projetos grandiosos eram? Cortar árvores, exportar madeiras preciosas para a casa e a mobília dos ricos. Em seguida, semear capim, povoando os campos com as boiadas de nelore brilhando de tanta saúde. A riqueza estava acima do chão. A imensidão verde desaparecia no horizonte. Só de olhar para uma árvore, sabia quantos dólares cairia em seus bolsos. Quando ouvia os roncos das motosserras, costumava dizer, orgulhoso:
— Eis o barulho da fortuna!
Montes de serragem eram avistados de longe quando o visitante chegava às pequenas comunidades. Os caminhões de toras gemiam nas estradas esburacadas. Índios e caboclos eram afugentados à bala. A floresta se transformava num pó fino, que logo apodrecia. Quando os montes de serragem não apodreciam, eram queimados, sempre apressadamente. Por dias, os canudos negros de fumaça subindo pesadamente ao céu. Havia o medo dos fiscais. Quando apareciam, quase nunca eram vistos, era conveniente que houvesse pouca serragem...
Que história, a de Bambico! Teria muita coisa a contar para os netos que haveriam de chegar.
Em seu escritório, fumando um Havana, que um importador americano lhe presenteara, estufou o peito, vaidoso.
— Sim, muitas coisas! Quem te viu, quem te vê!
[...]
Sentia prazer com seus projetos grandiosos. Toda manhã se levantava para conquistar o mundo. Vereança era merreca. Não se rastejava em pequenos projetos. Muito menos desejava ser deputado... Ambicionava altos voos. Todo deputado era pau-mandado dos ricos. O Senado, sim, era o grande alvo. Lá, ele poderia afrontar esses “falsos profetas protetores da natureza". Essas ONGs de fachada... Lá, o seu cajado cairia sem dó, como um verdugo, sobre o costado dessa gente tola. Enquanto isso, ele poderia continuar seus projetos grandiosos. Cortar árvores, exportar madeiras preciosas para a casa e a mobília dos ricos, e semear capim.
Sonhara em ter uma dúzia de filhos, mas o destino lhe dera apenas dois. Sua mulher, após o segundo parto, ficara impossibilitada de procriar. Não queria fêmea entre os seus descendentes, mas logo no primeiro parto veio a decepção. Uma menina. Decepcionado, nada comentou com a esposa. No segundo, depois de uma gravidez tumultuada, veio o varão. Encheu-se de alegria. Com certeza, mais varões estavam para vir... [...]
(GONÇALVES, David. Sangue verde. São Paulo: Sucesso Pocket, 2014. p. 114-115.)
A
Variação independente.
B
Diferenciação e dominância incompleta.
C
Dominância incompleta e codominância.
D
Segregação e recombinação.