O combate ao mosquito transmissor do vírus da dengue é um problema de saúde pública no Brasil. O uso de inseticidas em larga escala é discutido com cautela pelos cientistas, no que se refere às questões biológicas.

Essa cautela se justifica porque o uso de inseticidas

Resposta correta: C

Tema central: controle de vetores e evolução: o uso massivo de inseticidas exerce pressão seletiva sobre populações de mosquitos, levando à proliferação de indivíduos resistentes e, assim, tornando o combate menos eficaz.

Resumo teórico (claro e progressivo):

- Variação genética existe dentro de qualquer população de mosquitos.

- Quando um inseticida é aplicado, indivíduos sensíveis morrem; aqueles com características que conferem tolerância sobrevivem e se reproduzem.

- Com o tempo, a frequência de genes de resistência aumenta — este é um exemplo clássico de seleção natural (Darwin, princípios de evolução).

- Mecanismos de resistência incluem: maior metabolização do veneno, alteração do sítio-alvo (mutação), e mudanças comportamentais que evitam o contato com o inseticida.

Fontes úteis: WHO, "Global Vector Control Response 2017–2030"; manuais de vigilância entomológica do Ministério da Saúde.

Por que a alternativa C está correta:

Ela descreve exatamente o processo evolutivo esperado: uso intensivo de inseticidas seleciona indivíduos resistentes, reduzindo a eficácia do controle químico a médio e longo prazo. Esse fenômeno é documentado em programas de controle de Aedes aegypti e outros vetores (WHO).

Análise das alternativas incorretas:

A: "elimina o mosquito, e o vírus busca outro transmissor." — Improvável numa escala prática: troca de vetor é rara e complexa (exige compatibilidade ecológica e biológica); além disso os inseticidas não eliminam totalmente a população.

B: "induz mutações no vírus e gera resistência a medicamentos." — Inseticidas atuam sobre o mosquito, não sobre o vírus; não há mecanismo plausível para que inseticida induza mutações virais que gerem resistência a antivirais. Resistência viral a medicamentos surge por seleção durante tratamento antiviral, não por inseticidas.

D: "aumenta a intensidade da infecção viral e agrava o quadro dos doentes." — Não há evidência de que uso de inseticidas agrave carga viral em humanos; o efeito é sobre a dinâmica vetorial, não sobre a patogênese direta.

Dica de interpretação: Procure termos-chave: "seleciona", "induz mutações" e pense em quem é o alvo do agente (mosquito vs vírus). Confusão entre causar mutação e selecionar variantes é armadilha comum.

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