Na era medieval, desenvolveu-se uma
cartografia que expressava a cultura religiosa
dominante da época. Nas chamadas cartas
T-O, as terras habitadas eram representadas
por um círculo cujo centro era a cidade de
Jerusalém. Os três continentes (África, Ásia e
Europa) eram separados por rios ou porções de
água que formavam um “T”, lembrando a cruz e
a Santíssima Trindade.
“A cartografia não é, unicamente, uma técnica
voltada para propósitos práticos. Ela é um elemento
da cultura das sociedades e os seus produtos
traduzem as formas de interpretar o mundo de uma
época. Mas, desde o início, os mapas serviram para
determinar a posição dos lugares e os rumos dos
viajantes.” (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o
ensino médio. São Paulo: Atual, 2008, p. 12). Sobre
o desenvolvimento e o uso da cartografia na
história, assinale o que for correto.
Gabarito comentado
Resposta: C — Certo
Tema central: trata-se da cartografia medieval e do caráter simbólico dos mapas produzidos na Idade Média. É importante entender que muitos mapas históricos não buscavam precisão técnica moderna, mas expressavam visões culturais e religiosas da época.
Resumo teórico e elementos-chave
Mapas T‑O (orbis terrarum): formato circular representando o mundo conhecido, com um “T” interno que separa os três continentes habitados — Ásia, Europa e África. O “T” é formado por corpos d’água (Mediterrâneo, Nilo e o rio Tanais/Don) e o círculo representa o oceano que cerca o orbe.
Características típicas: Jerusalém frequentemente no centro (centro espiritual e simbólico), o Oriente (Ásia) colocado no topo (orientação religiosa), e forte simbolismo cristão — o “T” remete à cruz e à Santíssima Trindade. Esses mapas são mais interpretações culturais e teológicas do espaço do que instrumentos de navegação precisa.
Justificativa da alternativa correta
A alternativa descreve precisamente essas características: cartografia medieval marcada por religiosidade; mapas T‑O com círculo e centro em Jerusalém; três continentes separados por um “T” que remete à cruz e à Trindade. Assim, a afirmação é historicamente correta.
Referências e leituras recomendadas: Demétrio Magnoli (Geografia para o ensino médio) — citado no enunciado; J. B. Harley, “The New Nature of Maps” (para entender mapas como produtos culturais); e a obra “The History of Cartography” (ed. J. B. Harley & David Woodward) para contexto histórico mais amplo.
Dica de prova: ao ver termos como “Jerusalém no centro”, “T‑O”, “cruz” ou “Santíssima Trindade”, associe imediatamente a cartografia medieval simbólica — isso é sinal de alternativa correta quando a frase descreve esse contexto cultural, não precisão técnica.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






