O Manifesto Comunista de 1848, elaborado por Karl Marx e F. Engels é um documento fundamental para compreender a crítica social ao capitalismo no século XIX.

“Seguraram com firmeza as visões originais de seus mestres, em oposição ao desenvolvimento histórico progressivo do proletariado. Eles, portanto, empenharam-se, de modo consistente, para enfraquecer a luta de classe e para reconciliar os antagonismo de classe. Ainda sonham com a realização experimental de suas utopias sociais, de fundar phalanstères isolados, de fundar “colônias residenciais”, e de erigir uma Pequena Içaria – décima segunda edição da Nova Jerusalém, e para realizar todos estes castelos no ar, são compelidos a apelar para os sentimentos e bolsas dos burgueses.”

MARX, Karl. O Manifesto Comunista. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1998. p. 62.

Na passagem acima os autores daquele documento criticavam:

Resposta correta: B - Os socialistas utópicos

Tema central: A passagem critica correntes do socialismo do século XIX que tentavam implantar comunidades modelares e depender do patrocínio burgues — ou seja, os socialistas utópicos. Compreender a distinção entre socialismo utópico e socialismo científico (Marx/Engels) é essencial para resolver a questão.

Resumo teórico: Marx e Engels, em O Manifesto Comunista (1848), opõem o socialismo utópico — representado por pensadores como Fourier, Owen e Saint-Simon, que propunham comunidades isoladas e projetos experimentais apoiados por benevolência burguesa — ao que chamam de socialismo científico, centrado na análise da luta de classes e na transformação social através da ação coletiva do proletariado. Termos-chaves do texto (ex.: "phalanstères", "colônias residenciais", "apelar para... bolsas dos burgueses") denunciam as propostas experimentalistas e dependentes da boa vontade da burguesia.

Por que B é correta: A passagem descreve precisamente a crítica marxista aos socialistas utópicos: idealistas que mantêm "visões originais", fundam pequenos núcleos modelares e procuram apoio financeiro dos burgueses, enfraquecendo a luta de classes — exatamente o alvo da crítica em questão.

Análise das alternativas incorretas:

A Incorreta — A burguesia filantrópica aparece apenas como recurso citado (onde os utópicos recorrem às "bolsas"); não é o alvo da crítica principal.

C Incorreta — "Capitalistas na sua utopia igualitária" é contraditório e não condiz com a crítica: Marx não acusa os capitalistas de idealizarem igualdade.

D Incorreta — Os cartistas (movimento por reformas políticas na Grã-Bretanha) lutavam por sufrágio e direitos; não são o foco do trecho sobre comunidades utópicas financiadas pela burguesia.

E Incorreta — Liberais de reformas sociais não se encaixam com a imagem de "phalanstères" e "colônias residenciais" mencionada; o alvo é a corrente utópica do socialismo.

Dica de prova: Procure palavras-chaves (nomes de propostas, termos técnicos, referências a "utopia" ou "phalanstères") — elas apontam rapidamente a corrente criticada. Lembre-se: Marx distingue utopia (projetos isolados) de análise materialista da luta de classes.

Fonte principal: Marx, K.; Engels, F. O Manifesto Comunista (1848).

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