O fascínio pelos mapas pauta a história da Cartografia, desde
as primeiras representações rupestres do homem paleolítico aos
sofisticados mapas digitais interativos do homem atual, refletindo
em cada momento uma peculiar percepção do mundo, o domínio
de diferentes técnicas de medida e representação gráfica e,
principalmente, a capacidade de controle do território resultante
do grau de organização de cada sociedade.
GRANELL-PÉREZ, María Del Carmen. Trabalhando Geografia com as Cartas
Topográficas. 2ª edição. Rio Grande do Sul: Editora Unijuí, 2004, p.9.
O conhecimento e o domínio da Cartografia instrumentalizam a
localização, orientação e representação gráfica dos fenômenos
geográficos. Neste sentido, é correto afirmar:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa D
Tema central: cartografia como técnica e prática social — além de instrumento de localização e representação, o mapa é meio de organização, controle e legitimação do espaço. Compreender isso exige noções de coordenadas, projeções, fusos horários e, sobretudo, da dimensão política dos mapas.
Resumo teórico sucinto: coordenadas geográficas são valores angulares (latitude e longitude); projeções transformam a superfície esférica em plano (Snyder, 1987); fusos horários relacionam longitude e tempo (cada 15° ≈ 1h); a cartografia crítica mostra que mapas produzem efeitos de poder e territorialidades (Harley, 1989; Monmonier, 1991). Fontes: IBGE — Manual de Cartografia; Snyder, Map Projections; Harley, "Deconstructing the Map".
Por que a alternativa D é correta? Porque afirma que a técnica cartográfica define relações de poder e conforma distintas territorialidades. Mapas e geotecnologias não são neutros: servem para demarcar fronteiras, planejar usos do solo, fiscalizar, gerir recursos e impor políticas. Assim, o domínio técnico da cartografia traduz-se em capacidade de controle e definição de territórios (ex.: mapas coloniais, cadastros, SIG governamentais). (Harley; Monmonier)
Análise das alternativas incorretas
A — Incorreta. Coordenadas geográficas são angulares, não “valores planos”. Latitude e longitude medem ângulos a partir do centro da Terra ou do Equador/meridianos.
B — Incorreta. Os intervalos citados estão trocados e equivocados. Latitude varia de 0° a 90° para Norte ou Sul; longitude varia até 180° para Leste ou Oeste. A redação da alternativa embaralha direções e limites.
C — Incorreta. As horas crescem ao mover-se para leste (ou seja, quem está a leste tem hora adiantada em relação ao oeste). A alternativa diz o oposto (“leste‑oeste”), invertendo a direção correta.
E — Incorreta. Contradiz a realidade: as geotecnologias aumentaram a capacidade de controle e gestão territorial (sensoriamento remoto, SIG, satélites); não a impossibilitam.
Dicas de interpretação para provas: procure termos técnicos (angular vs. plano), cheque magnitudes e direções (N/S, E/W), desconfie de afirmativas absolutas e lembre-se da dimensão política da cartografia quando o enunciado remeter a controle/territorialidade.
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