Questão 5ef3aa7d-1c
Prova:UFBA 2013, UFBA 2013
Disciplina:Biologia
Assunto:Evolução biológica, Origem e evolução da vida

Há cerca de 250 milhões de anos criaturas marinhas começaram a se diversificar aceleradamente, até o chamado “evento de extinção do Permiano" que eliminou mais de 90% das espécies oceânicas, encerrando a era Paleozóica. A perda de vidas foi avassaladora; mas a mudança já despontava no horizonte [...] O registro fóssil mostra que ao longo das eras Mesozoica e Cenozoica a vida marinha se diversificou amplamente. Para explicar esse fenômeno, pesquisadores se voltaram para diversos fatores, entre os quais a disponibilidade de alimentos. Como se constatou, o aumento da quantidade e do teor de nutrientes de organismos que integram o fitoplâncton acompanhou o nascimento de novas formas de vida. Os pesquisadores sugerem que a evolução desses minúsculos organismos estimulou a aumento da fauna marinha moderna.
                                                                                                                     (MARTIN; QUIGG, 2013, p. 32-34).

O texto aborda eventos relacionados à evolução da vida na Terra, sobre os quais se pode afirmar:


A grande extinção do Permiano caracteriza um fenômeno dissociado dos processos que se articulam na evolução da vida.


C
Certo
E
Errado

Gabarito comentado

P
Pâmela ArrudaMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: E — Errado

Tema central: a relação entre extinções em massa (aqui, a do Permiano) e os processos macroevolutivos que moldam a diversidade da vida. É importante saber como extinções, seleção natural, disponibilidade de nichos e radiações adaptativas se conectam na história evolutiva.

Resumo teórico (claro e progressivo): extinções em massa não são eventos "fora" da evolução; são episódios intensos de seleção e reorganização ecológica. Ao eliminar grande parte das espécies, elas criam vagas ecológicas e novas pressões seletivas que podem promover radiações adaptativas e mudanças profundas na trajetória evolutiva de grupos sobreviventes (ver Erwin, 1993; Benton, 2003). No caso do Permiano (≈252 Ma), a perda de >90% das espécies marinhas reorganizou ecossistemas e abriu oportunidades para a diversificação observada nos eras Mesozoica/Cenozoica — exatamente o que o texto sugere (Martin & Quigg, 2013).

Justificativa da alternativa correta (por que “E — Errado”): a afirmação “A grande extinção do Permiano caracteriza um fenômeno dissociado dos processos que se articulam na evolução da vida” é falsa. A extinção é parte integrante dos processos evolutivos: atua como filtro seletivo, causa gargalos genéticos, elimina competidores e permite a emergência de novas formas. Portanto, o evento do Permiano está ligado diretamente às mudanças evolutivas subsequentes e não pode ser considerado dissociado (Erwin, 1993; Benton, 2003; Martin & Quigg, 2013).

Análise da alternativa incorreta (C — Certo): considerar a extinção dissociada ignora evidências fossilíferas e explicações teóricas consolidadas. O registro mostra continuidade causal: extinções em massa alteram a disponibilidade de nichos e recursos, favorecendo novas trajetórias evolutivas — o oposto do que afirma a alternativa C.

Dica de interpretação para provas: desconfie de termos absolutos como “dissociado”. Relacione enunciado ao registro fóssil e a conceitos macroevolutivos (extinção, radiação adaptativa, nicho ecológico). Pergunte-se: esse evento cria condições para mudança evolutiva? Se sim, não está dissociado.

Referências sugeridas: Erwin DH (1993) Science; Benton MJ (2003) When Life Nearly Died; Martin & Quigg (2013) — citados no enunciado.

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