Cerca de 90% dos pacientes com casos de
câncer na próstata, mama, pulmão e intestinal que
sofrem metástase, quando o câncer se espalha,
desenvolvem resistência à quimioterapia. O
tratamento para estes casos é feito com intervalos,
para que o corpo do paciente possa se recuperar
da toxicidade da quimioterapia. Mas estes
intervalos permitem que as células do tumor se
recuperem e desenvolvam a resistência. No estudo
dos pesquisadores do Centro de Pesquisa do
Câncer Fred Hutchinson, em Seattle, analisaram
células fibroblásticas, que normalmente têm um
papel muito importante na recuperação em casos
de feridas e na produção de colágeno, o principal
componente de tecidos de ligação, como os
tendões, por exemplo. A quimioterapia gera danos
no DNA, o que faz com que estas células produzam
uma quantidade de uma proteína chamada
WNT16B trinta vezes maior do que deveriam. Esta
proteína é o “combustível” que faz com que as
células cancerosas cresçam e invadam tecidos que
cercam o tumor além de causar a resistência à
quimioterapia. Já se sabia que esta proteína estava
envolvida no desenvolvimento do câncer, mas não
na resistência ao tratamento. (BBC–Brasil, 2012).
Essa é uma importante informação científica. No
entanto, estudos anteriores foram muito
necessários, como o mecanismo da síntese do
colágeno, por exemplo. Sendo assim, assinale a
opção que descreve corretamente esse
mecanismo.
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa C
Tema central: síntese e maturação do colágeno — processo fundamental em biologia celular e tecidos conjuntivos, importante para entender cicatrização, doenças (como escorbuto) e resistência tecidual.
Resumo teórico (passo a passo):
Intracelular: as cadeias polipeptídicas (alfa) do colágeno são traduzidas em ribossomos associados ao retículo endoplasmático rugoso (RER). Após a tradução ocorrem modificações pós‑traducionais no RER: hidroxilação de prolinas/lisinas (requer vitamina C), glicosilação de hidroxilisinas e formação da hélice tripla de procollágeno.
Transporte e secreção: o procollágeno é empacotado no aparelho de Golgi e secretado por exocitose para o espaço extracelular.
Extracelular: peptidases removem as extremidades do procollágeno formando tropocolágeno; várias moléculas de tropocolágeno se associam e sofrem ligações covalentes (cross‑linking) catalisadas por lisil oxidase (enzima dependente de cobre), resultando em fibrilas e fibras de colágeno resistentes.
Por que a alternativa C está correta:
A alternativa C descreve corretamente a etapa extracelular chave: múltiplas moléculas de tropocolágeno formam fibrilas por meio de ligações covalentes (cross‑linking). Esse cross‑linking é imprescindível para a resistência mecânica do tecido conjuntivo.
Análise das alternativas incorretas:
A: Incorreta — afirma que as cadeias são formadas “ao longo do retículo endoplasmático liso (REL)”. Na verdade, a tradução ocorre em ribossomos do RER (rugoso), não no REL.
B: Parcialmente incorreta/enganosa — o procollágeno é sintetizado no RER e depois trafegado via Golgi antes da exocitose. Dizer que “é enviado para o RER, onde é embalado e secretado” confunde a direção e o papel do Golgi.
D: Incorreta — escorbuto resulta de deficiência de vitamina C (ácido ascórbico), não de vitamina D. A vitamina C é necessária para hidroxilação de prolina/ lisina; sua falta causa defeito de colágeno e sintomas descritos.
Dica de interpretação para provas: verifique termos-chave (RER vs REL; intracelular vs extracelular; vitamina C vs D). Perguntas sobre colágeno costumam explorar as etapas: tradução (RER) → modificações (hidroxilação/glicosilação) → secreção (Golgi/exocitose) → clivagem → cross‑linking extracelular.
Fontes sugeridas: Alberts et al., Molecular Biology of the Cell; Junqueira & Carneiro, Histologia Básica; Guyton & Hall, Tratado de Fisiologia.
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