Os fluxos da globalização popular são animados por milhares de redes sociais que fazem
movimentos pendulares dentro do sistema, que não reflete a lógica e os interesses do poder
econômico e político estabelecidos. No Brasil, os atores que realizam essas conexões são os
“sacoleiros”. Se não fosse por eles, parte da riqueza global jamais chegaria às classes mais
vulneráveis.
RIBEIRO, G. Disponível em: http://diplomatique.org.br/de-guangdong-a-caruaru.
Acesso em: 5 abr. 2011 (adaptado).
No mundo todo existem milhões de pessoas envolvidas com a globalização econômica de baixo
para cima, que se diferencia da globalização tradicional por
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: trata-se da globalização popular (ou "de baixo para cima"), caracterizada por fluxos informais de mercadorias, pessoas e informações que ampliam o acesso a bens no cotidiano das classes populares — exemplificado no Brasil pelos sacoleiros.
Resumo teórico: a globalização não é apenas ação de grandes corporações e Estados; há redes sociais e econômicas locais que conectam produtores, comerciantes informais e consumidores, promovendo circulação de produtos importados baratos e acessíveis. Autores úteis: Manuel Castells (sociedade em rede), Arjun Appadurai (paisagens da globalização) e Saskia Sassen (cidades globais e fluxos).
Por que a alternativa D é correta: a alternativa afirma que essa globalização "oferta bens de difícil acesso às classes menos favorecidas". Isso descreve precisamente a função dos fluxos informais: trazer produtos importados a baixo custo e disponibilidade onde o comércio formal não alcança. Os sacoleiros são exemplo prático — compram em grandes centros ou no exterior e revendem em mercados locais, ampliando acesso.
Análise das incorretas:
A) Errada — a globalização popular é caracterizada por redes sociais e comerciais autônomas, não pelo controle estatal centralizado.
B) Errada — ao contrário, esses fluxos facilitam a mobilidade de pessoas e mercadorias entre mercados diversos; não a dificultam.
C) Errada — a ênfase não é em "inferiorização" dos indivíduos, mas na criação de circuitos econômicos alternativos que geram renda e acesso; trata-se de inclusão comercial, ainda que informal.
Estratégia para provas: ao ver "de baixo para cima" ou termos como "rede social", pense em iniciativas informais e circulação popular — descarte opções que enfatizam controle estatal, restrição de fluxos ou juízos morais sobre desemprego, a menos que o enunciado explicite isso.
Fontes sugeridas: Castells, M. (1996) "The Rise of the Network Society"; Appadurai, A. (1996) "Modernity at Large"; Sassen, S. (2001) "The Global City". Também consulte estudos sobre economia informal e comércio popular (IBGE, artigos acadêmicos sobre sacoleiros).
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