Descobertas de vírus da Aids e de câncer dão prêmio Nobel de 2008 a europeus.[...] A
premiação chega 25 anos depois do trabalho original de Françoise Barré-Sinoussi e Luc
Montagnier sobre o agente da doença do século — O HIV. (Folha de S. Paulo. Ciência. São
Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2008)
As estratégias de sobrevivência mais surpreendentes do HIV são a capacidade de
multiplicação rápida e a de sofrer mutações. À custa delas, o vírus enfrenta as
adversidades do meio externo, e faz de tudo para escapar das investidas do sistema
imunológico do hospedeiro e dos medicamentos usados para eliminá-lo.
O HIV se multiplica em velocidade alucinante. No organismo infectado, em condições
habituais, são produzidos 10 bilhões de novos vírions (partículas de vírus) em um único dia.
Nesse processo, surgem milhões de variantes geneticamente distintas das que lhes deram
origem. (VARELA, 2008. p. 25)
A respeito do trabalho desenvolvido por Luc Montagnier e colaboradores, bem como do
conhecimento atual sobre a AIDS, pode-se afirmar:
Gabarito comentado
Alternativa correta: B
Tema central: variabilidade genética do HIV e sua relação com a adaptação ao sistema imune e aos medicamentos. É importante para concursos porque integra conhecimentos de virologia, evolução e saúde pública.
Resumo teórico (didático e progressivo):
O HIV é um vírus de RNA que se replica rapidamente e usa a transcriptase reversa — uma enzima propensa a erros — gerando muitas mutações. Essa alta taxa mutacional, combinada com intensa produção de partículas virais, cria um pool grande de variantes. Variedades que escapam do reconhecimento imune ou resistem a fármacos são selecionadas, favorecendo a persistência da infecção. Fontes úteis: CDC — HIV Basics; capítulos sobre virologia em "Molecular Biology of the Cell" (Alberts).
Justificativa da alternativa B:
A alternativa afirma que as variantes aumentam o potencial adaptativo do HIV frente ao sistema de defesa do hospedeiro — isso é correto. A geração contínua de variantes fornece matéria-prima para seleção natural: variantes que escapam anticorpos, células T ou fármacos proliferam mais, explicando falhas terapêuticas e progressão da doença.
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta. O Nobel de 2008 premiou a descoberta do vírus (HIV) e de trabalhos sobre oncologia viral, não a descoberta do AZT. AZT é um antirretroviral desenvolvido anteriormente; premiar o fármaco não corresponde ao evento citado.
C — Incorreta. O HIV replica-se em células do sistema imune (linfócitos CD4+, macrófagos), não em hemácias maduras (eritrócitos), que são anucleadas e não sustentam replicação viral.
D — Incorreta. A alta mutação do HIV deve-se à baixa fidelidade da transcriptase reversa e ao rápido ciclo reprodutivo, não à "alta virulência presente no seu ciclo lisogênico". O HIV é um retrovírus que integra seu genoma (fase proviral), mas o termo lisogênico aplica-se a bacteriófagos; a explicação está equivocada.
E — Incorreta. Vírus têm, em geral, ou RNA ou DNA como material genético. O HIV é um vírus de RNA (retrovírus); não “apresenta DNA ou RNA” de forma intercambiável como característica estrutural geral — a afirmação é ambígua e induz ao erro.
Dica de interpretação para provas: procure termos precisos (por ex., "hemácias", "lisogênico") e relacione-os ao conhecimento básico: onde o vírus replica, qual enzima causa mutações, e qual descoberta recebeu o prêmio. Palavras vagas ou mistura de conceitos são indicadores de alternativa falsa.
Fontes recomendadas: CDC — HIV Basics; UNAIDS; Alberts et al., Molecular Biology of the Cell.
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