Mendel elaborou os princípios básicos da herança em plantas durante um período de aproximadamente nove anos. Seu trabalho culminou com uma aula pública em 1865 e um detalhado documento publicado em 1866. O artigo de Mendel apareceu em uma revista que era recebida por 120 bibliotecas, e ele mandou cópias para vários professores importantes. Entretanto, sua teoria não foi aceita. De fato, ela foi ignorada [...]. (PURVES, 2006, p. 177)

Um dos motivos considerado como crucial para que o trabalho de Mendel tivesse sido ignorado pelos cientistas da época foi

Resposta correta: C

Tema central: hereditariedade mendeliana e fatores históricos que impediram a imediata aceitação do trabalho de Mendel. É preciso entender tanto os princípios biológicos quanto o contexto científico do século XIX.

Resumo teórico: Mendel trabalhou com Pisum sativum (ervilha-comum), controlando cruzamentos e usando contagens e proporções para inferir leis de segregação e distribuição independente. O diferencial foi a abordagem matemática: ele quantificou resultados e apresentou razões (ex.: 3:1), algo pouco usual em biologia da época, onde observações descritivas predominavam.

Justificativa da alternativa C: A alternativa aponta corretamente que a utilização de métodos matemáticos e estatísticos por Mendel foi um dos motivos para seu trabalho ser ignorado — colegas naturalistas não estavam acostumados com essa linguagem quantitativa, o que dificultou a compreensão e a aceitação imediata das conclusões. Fontes clássicas: Mendel (1866) e comentários históricos em Purves et al. (2006).

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta. O uso de ervilha (Pisum) foi apropriado e vantajoso: fáceis de cultivar, ciclo curto, autógamas controláveis e fenótipos discretos. Não foi esse o motivo do desprezo inicial.

B — Incorreta. Mendel foi metodologicamente rigoroso: grandes números de cruzamentos controlados e registro cuidadoso. Debate posterior (ex.: Fisher, 1936) questionou ajuste "perfeito" dos dados, mas não invalida o rigor experimental de Mendel nem explica o imediato desinteresse dos contemporâneos.

D — Incorreta. Ele estudou sete caracteres, porém analisados de forma independente; isso foi uma escolha metodológica eficaz, não causa principal de erro de inferência reportada historicamente.

E — Incorreta. Pisum é capaz de autofecundação — e isso foi explorado por Mendel para obter linhagens puras e controlar cruzamentos. Logo, não houve demora por incapacidade de autofecundação.

Dica de interpretação: ao resolver questões históricas-científicas, procure no enunciado pistas sobre contexto (metodologia, linguagem usada, prática científica da época). Termos como "matemática" ou "rigor" são chaves para lembrar a singularidade do trabalho de Mendel.

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