Existem controvérsias a respeito da nova ordem mundial.
Para uns, ela seria uni ou monopolar; para outros, ela seria multipolar. Considere o exposto e assinale a alternativa que é indiscutivelmente correta.

O poderio militar norte-americano, sem competidores, é um argumento a favor de definição da nova ordem como multipolar.

A unificação européia, a recuperação econômica do Japão e a enorme expansão da China são fatores que pesam a favor do argumento da monopolaridade da nova ordem mundial.

O avanço da globalização fortalece a idéia de um mundo unipolar.

O sucesso da primeira guerra do Golfo, de 1991, sugeriu momentaneamente que os Estados Unidos poderiam desempenhar o papel de superpotência solitária e com uma estratégia unilateral.

O fato de alguns países – Japão, Índia, Brasil e África do Sul – pleitearem uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU é mais um indicador da
monopolaridade no sistema internacional.

Gabarito comentado

Taina VegaMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: D

Tema central: a questão trata da ordem mundial pós‑Guerra Fria — se ela é unipolar, multipolar ou monopolar. É tema clássico em Geografia Política e Relações Internacionais; exige distinção entre poder militar, econômico, institucional e simbólico (soft power).

Resumo teórico: - Unipolaridade: um Estado exerce hegemonia clara (ex.: EUA no pós‑1989); conceito discutido por autores como Charles Krauthammer ("the unipolar moment"). - Multipolaridade: vários polos de poder (econômico/militar) coexistem (ex.: defende‑se que hoje haja tendência a multipolarizar com China, UE, Índia, etc.). - Indicadores: capacidade militar, liderança em conflitos, PIB, influência em instituições multilaterais.

Justificativa da alternativa D: A opção D afirma que o sucesso da Guerra do Golfo (1991) sugeriu, ainda que momentaneamente, que os EUA poderiam atuar como superpotência solitária e com estratégia unilateral. Isso é historicamente correto: a rápida demonstração de poder militar, tecnologia e capacidade de projetar força confirmou a percepção de um "momento unipolar" norte‑americano no início dos anos 1990 (Krauthammer). Mesmo havendo coalizão, o episódio evidenciou que os EUA dispunham de superioridade estratégica suficiente para considerar ações independentes — justificando a alternativa D como a mais adequada.

Análise das alternativas incorretas: - A: incorreta — afirmar que o poder militar norte‑americano sem competidores é argumento a favor de multipolaridade é contraditório; esse fato sustenta a ideia de unipolaridade, não de multipolaridade. - B: incorreta — integração europeia, Japão forte e China em expansão apontam para multipolarização ou equilíbrio entre polos, logo não reforçam a ideia de monopolaridade. - C: incorreta — a globalização intensifica interdependências; não elimina assimetrias de poder. Globalização não implica automaticamente mundo unipolar; pode simultaneamente fortalecer atores múltiplos (econômicos e transnacionais). - E: incorreta — a demanda por assentos permanentes no CSNU por países como Japão, Índia, Brasil e África do Sul indica pressão por maior representação e pluralidade de poder — sinal de multipolaridade, não de monopolaridade.

Dica de prova: foque em palavras‑chave (ex.: "sem competidores", "momentaneamente", "sugeriu") e relacione cada alternativa com indicadores concretos (militar, econômico, institucional). Pergunte: qual evidência aponta para um polo único? para vários polos? Isso evita cair em inversões lógicas.

Fontes sugeridas: Charles Krauthammer — "The Unipolar Moment" (artigo clássico sobre o tema); textos introdutórios de Relações Internacionais (Realismo e Pólos de Poder).

Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!