“Por fim, vamos notar Goiânia como uma consolidação
entre urbano e o rural, capaz de absorver os elementos
existentes e as ideias em trânsito, o velho e o novo, a
oligarquia e a revolução, a agricultura e o comércio.
Enfim, Goiânia será também uma obra deste período de
transição”
CHAUL, Nasr N. F. A construção de Goiânia e a transferência da
capital. Goiânia: Editora da UFG, 1988. p. 46.
Com base no texto do historiador Nasr N. F. Chaul,
marque a alternativa correta.
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa B
Tema central: interpretação do texto histórico sobre a construção de Goiânia e a transferência da capital de Goiás. A questão exige identificar a ideia-chave do trecho de Nasr Chaul: a cidade como produto de um período de transição social e espacial — mistura de urbano/rural, velho/novo, oligarquia/revolução.
Resumo teórico e contexto: a criação de Goiânia (movida por lideranças estaduais como Pedro Ludovico) insere‑se num processo de modernização regional e reorganização administrativa no início do século XX. Historiadores, como Nasr N. F. Chaul, enfatizam que a cidade foi pensada para conciliar elementos tradicionais e projetos modernos — não apenas como resultado de um motivo único (econômico ou político), mas como expressão de um momento de mudança social e urbana.
Por que a B é correta: o texto diz explicitamente que Goiânia “será também uma obra deste período de transição” e enumera oposições conciliadas (velho/novo, rural/urbano, oligarquia/revolução). Assim, a alternativa B sintetiza com fidelidade a ideia do autor: construção num contexto híbrido e de transição.
Análise das alternativas incorretas
A — Afirma que a transferência ocorreu "principalmente" por motivos econômicos. Parcialmente plausível, mas o trecho destaca a condição de transição sociocultural, não uma causa econômica exclusiva; palavra “principalmente” torna a opção imprecisa.
C — Liga diretamente a construção à "Marcha para o Oeste" e à mudança da capital federal para Brasília. Essa ligação é anacrônica/forçada: a Marcha para o Oeste e a criação de Brasília têm relações com políticas nacionais de interiorização, mas o texto de Chaul enfatiza a dinâmica local de transição; além disso, a transferência da capital federal (Rio→Brasília) é processo distinto.
D — Afirma que o principal motivo foi político e que Goiânia representou o fim do coronelismo. Exagero: houve mudanças políticas, mas não se configura como "superação definitiva" do coronelismo; o texto fala em conciliação entre oligarquia e revolução, não em extinção de uma prática.
E — Afirma que o novo supera o antigo e que a oligarquia supera a democracia — contradictório com o trecho, que descreve fusão e convivência (absorver elementos) e não uma substituição categórica com tal hierarquia.
Estratégias para provas: procure palavras-chave do enunciado (ex.: “transição”, “absorver”, “velho e novo”); desconfie de alternativas absolutas (“principal”, “fim”, “sobretudo”); relacione o fragmento ao contexto historiográfico indicado pelo autor para evitar extrapolações.
Fontes recomendadas: Nasr N. F. Chaul, A construção de Goiânia e a transferência da capital (UFG, 1988); estudos sobre a Marcha para o Oeste e urbanismo modernista brasileiro.
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