Pesquisas recentes consideram que as asas dos insetos evoluíram a partir de apêndices branquiais, estruturas
utilizadas como remos por espécies ancestrais aquáticas.
Com base no enunciado e de acordo com a perspectiva neodarwinista, considere as afirmativas a seguir.
I. Os animais com apêndices branquiais mais desenvolvidos originaram uma descendência mais numerosa.
II. As diferenças genéticas acumuladas conduziram ao isolamento reprodutivo da população com apêndices
branquiais mais desenvolvidos.
III. Em alguns indivíduos da população, ocorreram alterações nos genes responsáveis pelo desenvolvimento
dos apêndices branquiais.
IV. Ao longo das gerações, foi aumentando a frequência dos alelos responsáveis pelo maior desenvolvimento
dos apêndices branquiais.
V. A diversidade da população aumentou em relação ao desenvolvimento dos apêndices branquiais.
Assinale a alternativa que contém a ordem correta da sequência cronológica dos acontecimentos que explicam
a origem das asas dos insetos atuais.
Gabarito comentado
Alternativa correta: C — III, V, I, IV e II
Tema central: a questão trata da origem das asas dos insetos segundo a perspectiva neodarwinista: como mutações, variação, seleção natural e isolamento conduzem à transformação de apêndices branquiais em estruturas alares.
Resumo teórico progressivo: pela síntese moderna, mutações produzem novas variações (matéria-prima). A seleção natural favorece indivíduos com características vantajosas, alterando frequências alélicas na população. Ao longo do tempo, acumulação de diferenças e isolamento reprodutivo podem levar à especiação. Fontes clássicas: Dobzhansky (1937), Mayr (1963) e textos de Evo‑Devo sobre origem das asas (p.ex. Carroll, 2005).
Por que a ordem C está correta (passo a passo):
III. Primeiro ocorrem mutações nos genes que moldam apêndices branquiais — origem da variação.
V. Essas mutações geram diversidade fenotípica na população quanto ao desenvolvimento dos apêndices.
I. Indivíduos com apêndices mais eficientes (pré‑asas) têm maior sucesso reprodutivo — seleção natural, portanto produzem descendência mais numerosa.
IV. Como consequência da seleção, aumenta a frequência dos alelos favorecidos ao longo das gerações.
II. Finalmente, se diferenças acumuladas e/ou mudanças ecológicas reduzirem o fluxo gênico, ocorre isolamento reprodutivo, consolidando a transformação em novas linhagens com asas.
Análise das alternativas incorretas (resumo):
- A (II primeiro): isolamento não precede mutação e variação; é consequência de divergência.
- B (começa com III mas coloca IV antes de II e I após): aumenta frequência alélica (IV) ocorre apenas após seleção; ordem de I e IV está trocada e V vindo depois de IV conflita com processo lógico.
- D (V antes de III): diversidade (V) não aparece antes das mutações (III).
- E (V, IV, II, I, III): coloca aumento de frequência e isolamento antes da ocorrência das mutações — impossível cronologicamente.
Estratégia para resolução: busque a sequência lógica: mutação → variação → seleção (sucesso reprodutivo) → alteração de frequências alélicas → isolamento/especiação. Sempre identifique eventos causais (mutação causa variação; seleção altera frequências) e ordens temporais.
Referências sugeridas: Dobzhansky T. (1937) Genetics and the Origin of Species; Mayr E. (1963) Animal Species and Evolution; Carroll S. (2005) Endless Forms Most Beautiful (Evo‑Devo overview).
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