Tradicionalmente, o termo dekassegui era utilizado para designar as pessoas que moravam no norte do Japão e que,
durante os invernos rigorosos, migravam para o sul do país, em busca de trabalho, regressando após algum tempo.
No fim dos anos 1980 e início dos anos 1990, o termo dekassegui passou a ser utilizado para denominar também
os descendentes de japoneses que emigravam para o Japão.
No caso brasileiro, o principal fator que impulsionou o movimento migratório para o Japão foi a
Gabarito comentado
Alternativa correta: E
Tema central: trata-se de migração internacional motivada por fatores socioeconômicos — por que, no fim dos anos 1980 e início de 1990, muitos brasileiros de origem japonesa emigraram ao Japão (os chamados dekassegui).
Resumo teórico (essencial): movimentos migratórios obedecem a fatores de atração e de repulsão (teoria push‑pull de Lee, 1966). Entre as causas de saída estão desemprego, inflação e crise econômica (push); entre as de chegada, oferta de trabalho e salários melhores (pull). No caso dos dekassegui, o Brasil viveu a chamada "década perdida" (crise, hiperinflação e recessão), enquanto o Japão demandava mão de obra industrial/serviços.
Justificativa da alternativa E: a opção E indica a grave crise econômica no Brasil nas décadas de 1980/1990 — esse é o fator determinante que empurrou muitos brasileiros (especialmente descendentes de japoneses, com facilidades culturais e familiares para migrar) a buscar trabalho no exterior. Documentos e estudos demográficos (IBGE; OIM/UN) confirmam que crises econômicas e desemprego são causas centrais de êxodo laboral. Assim, E é a resposta correta.
Análise das alternativas incorretas:
A: a transição política (fim da ditadura) não foi o motor principal da migração laboral em massa ao Japão; a questão é essencialmente econômica, não civis direitos.
B: não houve abertura massiva de vagas dirigidas especificamente a brasileiros em multinacionais no Japão; o fluxo dekassegui foi sobretudo por vagas operacionais/industriais e de serviços, não por cargos corporativos.
C: bolsas em universidades japonesas não explicam o fenômeno: o dekassegui foi migração de trabalho, não acadêmica/subsidiada por governo brasileiro.
D: expectativa de salário em dólares é enganosa: trabalhadores no Japão recebem em ienes; a motivação era ganho real e emprego estável frente à crise local, não pagamento em dólares.
Estratégia para provas: ao ler enunciados sobre migração, busque identificar se o fator é econômico (push/pull), político, cultural ou educacional. Desconfie de alternativas que misturam moedas ou cargos inexistentes para o grupo citado — aqui, a economia brasileira das décadas citadas é pista decisiva.
Fontes indicativas: Lee (1966) – teoria push‑pull; IBGE – estudos sobre migração; OIM/ONU – relatórios sobre migrações laborais.
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