Desde 1974, quando Marcos Freire pôs em cheque o poder político das oligarquias do Estado de Pernambuco, derrotando-as em eleições majoritárias para o Senado Federal, esse Estado tem passado pela adoção de dois modelos básicos de desenvolvimento. Um deles, adotado pelos representantes das oligarquias tradicionais, e predominou nos governos de Marco Maciel, Roberto Magalhães e Joaquim Francisco. Esse é denominado de modelo conservador. O segundo modelo ocorreu nos dois mandatos do govenador Miguel Arraes.

BARROS, Alexandre Rands. Perspectivas do desenvolvimento de Pernambuco. (Adaptado) In:ftp://ftp.repec.org/opt/ReDIF/RePEc/dtm/wpaper/BARROSAlexandrePerspectivasdoDesenvolvimentode PernambucoREN14.pdf

O segundo modelo de desenvolvimento, implementado no Estado de Pernambuco, no governo citado pelo texto, foi o

Resposta correta: Alternativa A — popular, com foco na elevação do PIB

Tema central: trata-se da identificação do modelo de desenvolvimento associado aos governos de Miguel Arraes em Pernambuco. É preciso relacionar características políticas e econômicas do período (intervenção estatal, políticas sociais e estímulo ao crescimento regional) ao rótulo correto.

Resumo teórico: o chamado modelo popular combina políticas públicas de inclusão social (educação, saúde, apoio a pequenos produtores) com investimentos públicos e estímulos à atividade econômica para promover crescimento e reduzir desigualdades. Ou seja, junta redistribuição e promoção do crescimento (elevação do PIB) por meio da ação estatal.

Justificativa da alternativa A: estudos sobre Pernambuco (ver BARROS, Alexandre Rands, Perspectivas do desenvolvimento de Pernambuco) destacam que os mandatos de Miguel Arraes priorizaram políticas voltadas à ampliação do mercado interno, inclusão social e investimentos públicos, buscando simultaneamente maior justiça social e incremento da atividade econômica. Por isso o rótulo "popular" — políticas com base no fortalecimento social e na intervenção estatal para promover desenvolvimento e aumento do PIB — é o mais adequado.

Análise das alternativas incorretas:

B — comunista, priorizando a reforma agrária: incorreta. Embora Arraes apoiasse reformas sociais e medidas pró-campesinato, seu projeto não foi comunista nem dogmaticamente baseado em doutrinas marxistas; foi um governo democrático com políticas redistributivas moderadas.

C — corporativo, ampliando o poder do operariado: incorreta. Corporatismo implica integração institucionalizada de corporações (empresariais/trabalhistas) ao Estado; o modelo de Arraes foi mais voltado à inclusão e apoio popular do que a fortalecer estruturas corporativas do trabalho.

D — anarquista, diminuindo a participação do Estado: totalmente oposta à realidade. O modelo arraisista ampliou a presença do Estado em políticas sociais e econômicas — não as reduziu.

E — sindical, dando ênfase aos movimentos trabalhistas: parcialmente enganosa. Embora o apoio a trabalhadores e movimentos sociais exista, o enfoque não se limita ao sindicalismo; o projeto era mais amplo (populismo social + desenvolvimento econômico), por isso não é a melhor descrição.

Dica de prova: busque palavras-chave no enunciado (nomes de governantes, "modelo conservador" x "segundo modelo") e compare características práticas (intervenção estatal, políticas sociais, metas de crescimento). Elimine alternativas com termos ideológicos absolutos (comunista, anarquista) quando o contexto indica políticas públicas mistas.

Fonte principal: BARROS, Alexandre Rands. Perspectivas do desenvolvimento de Pernambuco (texto adaptado pelo enunciado).

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