Aexpressão de um gene, como o XIST, em um outro contexto molecular, revela a ausência de sequências
reguladoras no genoma eucariótico.
Em 2013, duas grandes descobertas na genética estão sendo comemoradas – “Sessenta anos
do DNA” e “Cem anos da teoria cromossômica da hereditariedade”. A relação da trissomia do 21 com a
síndrome de Down e a recém-divulgada conquista de inativação desse cromossomo pela introdução
do gene XIST, associados ao “silenciamento” de um dos cromossomos X em fêmeas de mamíferos,
exemplificam repercussões dessas descobertas.
Considerando conhecimentos relacionados à história científica dessas descobertas e suas
repercussões, pode-se afirmar:
Em 2013, duas grandes descobertas na genética estão sendo comemoradas – “Sessenta anos
do DNA” e “Cem anos da teoria cromossômica da hereditariedade”. A relação da trissomia do 21 com a
síndrome de Down e a recém-divulgada conquista de inativação desse cromossomo pela introdução
do gene XIST, associados ao “silenciamento” de um dos cromossomos X em fêmeas de mamíferos,
exemplificam repercussões dessas descobertas.
Considerando conhecimentos relacionados à história científica dessas descobertas e suas
repercussões, pode-se afirmar:
Gabarito comentado
Resposta: E — Errado
Por que essa afirmativa é errada?
A expressão de um gene em um contexto distinto (por exemplo, introduzir o gene XIST em outro cromossomo) não demonstra ausência de sequências reguladoras no genoma eucariótico. Pelo contrário, a expressão gênica em eucariotos depende de uma interação complexa entre:
- Elementos cis (promotores, enhancers, silencers, insulators, LCRs) presentes no DNA adjacente ao gene;
- Fatores trans (proteínas e RNAs que regulam transcrição);
- Mecanismos epigenéticos (metilação do DNA, modificações de histonas, estrutura da cromatina) que modulam acessibilidade.
No caso do XIST — um RNA não codificante que desencadeia a inativação do cromossomo X — sua função depende tanto do seu próprio RNA quanto do contexto molecular em que é expresso (posição de inserção, presença de sequências reguladoras, fatores celulares). Assim, observar expressão de XIST em um cromossomo 21 manipulado mostra que é possível direcionar silenciamento, mas não prova que o genoma eucariótico esteja desprovido de sequências reguladoras.
Dica de interpretação para provas: frases absolutas como “revela a ausência de…” são armadilhas. Pergunte-se sempre se a evidência apresentada explica completamente a conclusão proposta ou se existem explicações alternativas (presença de elementos reguladores no transgene, influência do ambiente cromatínico, fatores trans).
Referências sugeridas: Alberts et al., Molecular Biology of the Cell; Lodish et al., Molecular Cell Biology; revisões sobre XIST e inativação do X: Galupa & Heard, Nat Rev Genet (2018).
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