Leia o texto a seguir:
Atualmente, o gene considerado como o mais confiável para discriminar se um atleta tem mais força
ou resistência é o ACTN3, apelidado gene da velocidade. Localizado no cromossomo 11, o ACTN3 é
responsável pela produção da proteína alfa actinina 3, ativada exclusivamente em fibras musculares
de contração rápida. Uma alteração em uma única base nitrogenada faz que esse gene possa
apresentar duas formas na população humana: a versão “normal”, funcional, denominada R, que
produz alfa actinina 3; e a variante alterada, chamada X, em que a tal proteína não é sintetizada. O
gene ACTN3 assim como a eritropoietina (EPO), hormônio do crescimento humano (hGH), inibidor
de genes da miostatina, endorfina, encefalina, leptina, dentre outros, são possíveis alvos primários
do doping genético em humanos, por meio de terapia gênica in vivo, na qual o processo de
transgenia ocorre dentro do indivíduo, ou ex vivo, no qual parte do engenheiramento genético ocorre
fora do corpo, e parte, dentro.
Fontes: disponível em: e
BAIRROS, A. V.; PREVEDELLO, A. A.; MORAES, L. L. S. Doping genético e possíveis metodologias de detecção. Rev. Bras. Ciênc.
Esporte, Florianópolis, v.33, n.4, p.1055-1069, out./dez. 2011. Disponível em:<
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32892011000400017>
Sobre ele, é CORRETO afirmar que
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa D
Tema central: relação entre o gene ACTN3 (proteína alfa‑actinina‑3) e performance muscular e conceitos de terapia gênica aplicada ao chamado "doping genético" — especialmente a diferença entre procedimentos in vivo e ex vivo.
Resumo teórico: o alelo R do ACTN3 codifica alfa‑actinina‑3, associada a fibras de contração rápida e desempenho de força/velocidade; o alelo X é uma mutação que impede a síntese da proteína e é mais frequente em atletas de resistência. "Doping genético" refere‑se à manipulação de genes/células para melhorar desempenho (transferência de ácidos nucleicos, genes ou células), podendo ocorrer in vivo — inserção direta do material genético no organismo — ou ex vivo — modificação de células fora do corpo e reintrodução destas no indivíduo (definição compatível com WADA e literatura especializada).
Justificativa da alternativa D: ela descreve corretamente o procedimento ex vivo: genes são transferidos para células em cultura e essas células modificadas são reintroduzidas no tecido‑alvo, podendo aumentar expressão de hormônios ou proteínas que melhorem desempenho. Essa definição está em acordo com revisões sobre terapia gênica e com discussões sobre estratégias de doping genético (ex.: BAIRROS et al., 2011; WADA).
Análise das alternativas incorretas e estratégia de resolução:
A — Incorreta: afirma que corredores de longa distância tendem a ter ao menos uma cópia R. Na realidade, a ausência da proteína (genótipo XX) é associada a melhor desempenho de resistência; além disso, dizer que "menor quantidade da proteína melhoraria desempenho de fibras rápidas" é contraditório (fibras rápidas dependem da proteína).
B — Incorreta: mistura conceitos. Velocistas precisam de fibras rápidas e tendem a portar R (não XX). A parte sobre ausência da proteína favorecer exercícios aeróbicos está correta para endurance, mas foi atribuída ao grupo errado (velocistas).
C — Incorreta: define doping genético como uso terapêutico por meio de substâncias químicas/fármacos — isso confunde conceitos. Doping genético envolve transferência de genes/células ou elementos genéticos, não simplesmente fármacos químicos; WADA diferencia claramente essas ações.
E — Incorreta: descreve erroneamente terapia gênica in vivo como transferência de proteínas e lipídeos por pílulas. In vivo refere‑se à entrega direta de material genético (vetores, DNA/ RNA) no organismo, não à administração oral de proteínas/lipídeos para substituir produtos gênicos.
Dica de prova: procure palavras‑chave — "in vivo" = manipulação diretamente no corpo; "ex vivo" = células modificadas fora e reintroduzidas. Relacione alelos ACTN3 (R vs X) com fenótipo: R → potência/velocidade; X → resistência.
Fontes: Bairros et al., Rev. Bras. Ciênc. Esporte (2011); World Anti‑Doping Agency (WADA) — definições sobre gene doping.
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