O Brasil experimentou, nas últimas décadas, uma transição demográfica acelerada, principalmente, devido à queda acentuada dos níveis de fecundidade. Isso vem provocando mudanças significativas na estrutura etária da população. Conforme se observa na figura a seguir, o formato da pirâmide populacional é típico de uma população em processo de envelhecimento, com a redução da participação relativa de crianças e jovens e o aumento proporcional de adultos e idosos.

Desse modo, o Brasil vive um período de acelerado envelhecimento demográfico, com importantes implicações para indivíduos, famílias e sociedade. Sobre esse contexto, é correto afirmar que

I. houve uma significativa queda da fecundidade, no Brasil, que passou de 2,4 filhos por mulher em 2000, para 1,9 em 2010, e que deverá seguir em queda, chegando a cerca de 1,5 filho por mulher, em 2030. Apesar disso, o impacto na estrutura etária populacional, especialmente no número de crianças, é pequeno.
II. em relação à população jovem, além dos problemas econômicos gerados pelas condições no mercado de trabalho, esta situação tem sido comumente relacionada ao aumento da violência e da vulnerabilidade social.
III. a população brasileira de 30 a 59 anos de idade apresenta crescimento, tanto na participação relativa quanto em valores absolutos, em todo o período de 2000 a 2030. A Região Norte é a que apresenta os maiores percentuais dessa faixa etária.
IV. idosos é o segmento populacional que mais cresce, 4% ao ano, no período de 2012 a 2022. Essa situação é consequência, primeiramente, da rápida e contínua queda da fecundidade no país, além de ser também influenciada pela queda da mortalidade em todas as idades. V. a vantagem da transição demográfica brasileira é o bônus demográfico e a igualdade regional. Sendo a principal solução para essa questão as mudanças na previdência social.

Assinale a alternativa correta.

Alternativa correta: C (Afirmativas II e IV estão corretas).

Tema central: transição demográfica e envelhecimento populacional no Brasil — processo causado pela queda da fecundidade e da mortalidade, com efeitos sobre a estrutura etária, mercado de trabalho, proteção social e políticas públicas. Fontes úteis: IBGE (projeções populacionais), ONU (World Population Prospects), PNAD.

Resumo teórico: quando a fecundidade cai rapidamente, a participação relativa de crianças diminui e a parcela de adultos e idosos aumenta. Isso gera: (1) bônus demográfico temporário se a população ativa cresce mais que a dependente; (2) aumento da proporção de idosos, exigindo ajustes em saúde, previdência e políticas sociais; (3) impactos regionais distintos conforme estágio da transição em cada região.

Por que a alternativa C é correta:

II — correta: A população jovem enfrenta maiores taxas de desemprego e informalidade; esses fatores elevam vulnerabilidade social e estão associados, em estudos e estatísticas, a maiores riscos de violência e exclusão (ver IBGE, estudos do IPEA e UNODC sobre juventude, trabalho e criminalidade).

IV — correta: O segmento idoso (60+) tem sido o de mais rápido crescimento relativo no Brasil nas últimas décadas, consequência primária da queda da fecundidade e também da redução da mortalidade em várias idades. Esse aumento percentual anual é consistente com as tendências apontadas por projeções do IBGE no período citado.

Análise das afirmativas incorretas:

I — incorreta: embora a fecundidade tenha caído (ex.: ~2,4 em 2000 para ~1,9 em 2010), o impacto na estrutura etária não é “pequeno”: há redução clara da participação relativa de crianças e jovens — característica central do envelhecimento demográfico.

III — incorreta: embora a faixa 30–59 tenha crescido em muitos momentos em absolutos, afirmar que isso ocorre de modo uniforme em todo o período e que a Região Norte tem os maiores percentuais é errado. O Norte tem estrutura mais jovem; as maiores participações de adultos concentram-se tipicamente em outras regiões (Sudeste/Sul).

V — incorreta: o bônus demográfico é uma vantagem potencial, mas não implica “igualdade regional”. Além disso, tratá‑lo como resolvido apenas por mudanças na previdência social simplifica demais: são necessárias políticas em educação, saúde, emprego e desenvolvimento regional.

Dica de prova: atente para termos absolutos (sempre, todo, principal solução) e para comparações regionais — verifique quem é mais jovem/mais velho em estudos do IBGE antes de afirmar superlativos.

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