UM NOVO PADRÃO DE RESISTÊNCIA
O fim do milagre dos antibióticos não é um tema
novo. Desde que surgiram, houve resistência a
eles: a primeira bactéria resistente à penicilina
apareceu antes mesmo que o medicamento
chegasse ao mercado, na década de 1940. E,
durante quase todo esse período, os médicos
têm alardeado a possibilidade de um
esgotamento de opções medicamentosas,
devido à propagação global de organismos
resistentes à penicilina nos anos 50, seguida por
uma insensibilidade à meticilina nos anos 80 e à
vancomicina na década de 90.
Disponível em:
http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/inimigo_ins
uspeito.html. Acesso em: 09 de setembro de 2013.
A preocupação acerca dos antibióticos justificase porque
Gabarito comentado
Gabarito: E
Tema central: resistência bacteriana — por que antibióticos deixam de funcionar com o tempo. É um problema de seleção natural e transferência gênica em populações bacterianas; não é, na essência, que o remédio "cria" resistência.
Resumo teórico progressivo:
- Em toda população bacteriana há variação: algumas células já carregam mutações ou genes (plasmídeos) que conferem resistência.
- Quando se aplica um antibiótico ocorre pressão seletiva: as sensíveis morrem; as resistentes sobrevivem e se multiplicam, tornando a resistência mais frequente.
- A resistência também se espalha por transferência horizontal (conjugação, transformação, transdução), disseminando genes resistentes entre linhagens. Fontes: WHO — Global Action Plan on Antimicrobial Resistance (2015); CDC; Madigan et al., Brock Biology of Microorganisms.
Por que a alternativa E é correta:
A alternativa afirma que algumas bactérias já possuem genes para resistência e que os antibióticos promovem seleção dessas linhagens. Isso descreve com precisão o mecanismo principal explicado acima: resistência pré-existente + seleção pelo uso de antibióticos. É a explicação mais fiel ao conhecimento consolidado e ao texto-base que relata resistência mesmo antes do uso amplo de penicilina.
Análise das alternativas incorretas:
A) Incorreta — fala apenas de "grandes doses", o que não explica a disseminação de resistência; dose não elimina a existência de genes resistentes e pode até favorecer seleção.
B) Incorreta — afirma que antibióticos induzem a capacidade de resistência. Isso confunde causa e efeito: antibióticos selecionam variantes resistentes; não "cri-am" normalmente a resistência (embora estresse possa aumentar mutações, não é a explicação principal para o fenômeno histórico).
C) Incorreta — sugere que bactérias "desenvolvem" resistência porque foram forçadas no ambiente; é uma descrição vaga e implica que a resistência surge como resposta dirigida, ignorando a seleção de variantes pré-existentes e a transferência genética.
D) Parcialmente verdadeira mas incompleta — diz que o uso abusivo fortaleceu formas previamente resistentes (o que é correto em essência), porém não explicita que essas formas já carregavam genes resistentes e que a seleção e transferência gênica são os mecanismos centrais. A alternativa E é mais precisa cientificamente.
Dica de interpretação: procure palavras-chave como "induzem", "apenas promovem seleção", "genes já existentes". Em provas, "induzem" costuma indicar erro quando o conceito aceito é seleção de variantes pré-existentes.
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