Existe hoje uma crise da família patriarcal, isto é, do modelo familiar baseado na autoridade e dominação do homem, como cabeça do casal, sobre toda a família. Podemos encontrar vários indicadores dessa crise, em todas as sociedades e em particular nas mais desenvolvidas.
(Manuel Castells.)
Assinale a alternativa que aponta um fenômeno que diverge da idéia defendida no texto.
(Manuel Castells.)
Assinale a alternativa que aponta um fenômeno que diverge da idéia defendida no texto.
Gabarito comentado
Resposta correta: E
Tema central: o enunciado trata da chamada crise da família patriarcal — ou seja, o enfraquecimento do modelo tradicional em que o homem é a autoridade e provedor principal. Esse tema exige conhecimento de transformações sociodemográficas (famílias monoparentais, domicílios unipessoais), mudanças de gênero (entrada das mulheres no mercado de trabalho, novos arranjos conjugais) e de como esses fatos afetam a estrutura de poder no agregado familiar.
Resumo teórico: a família patriarcal tende a perder centralidade quando há maior autonomia feminina (trabalho remunerado, decisão econômica), aumento de lares sem o pai, crescimento de domicílios individuais e diversidade de arranjos conjugais (casais do mesmo sexo, uniões consensuais). Autores como Manuel Castells e estudos de sociologia da família e demografia (IBGE, OCDE/Eurostat) registram esses vetores como sinais de transformação do modelo familiar tradicional.
Por que a alternativa E é a correta (diverge):
A afirmação E — “a crescente adoção de crianças pobres por famílias de renda média ou alta” — não é um indicador típico da crise do patriarcado. Trata-se de um fenômeno assistencial ou adotivo que não implica, por si só, mudança na autoridade masculina dentro do lar. Adoções podem ocorrer mantendo-se estruturas patriarcais; portanto essa alternativa não converge com os indicadores de enfraquecimento da autoridade masculina apresentados no texto.
Análise das alternativas que corroboram a crise (A–D):
A — aumento de lares monoparentais (mães chefes) reduz a presença da figura masculina como “cabeça”, apontando para desinstitucionalização do patriarcado. Logo, está alinhada ao texto.
B — crescimento de pessoas morando só (dados OCDE/Eurostat) demonstra autonomia individual e menor dependência do arranjo conjugal tradicional, reforçando a ideia de crise patriarcal.
C — expansão de lares de pessoas do mesmo sexo desafia a heteronormatividade e a lógica patriarcal de gênero, sendo indicador pertinente.
D — maior inserção feminina no mercado de trabalho e autonomia econômica fragiliza o papel exclusivo do homem como provedor e autoridade, diretamente relacionado à crise descrita.
Dica para provas: ao ler “diverge”, procure a alternativa que não constitui mudança estrutural na autoridade doméstica; não se deixe levar por fórmulas emocionalmente atraentes (por ex., adoção = “avanço social”) sem verificar o vínculo com a questão central (autoridade/poder). Leia palavras-chave: “autonomia”, “chefia”, “arranjos domiciliares”.
Fontes sugeridas: Manuel Castells (obras sobre sociedade em rede), levantamentos do IBGE sobre famílias e relatórios da OCDE/Eurostat sobre domicílios.
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