Leia o trecho:
“Quando a rota dos corpos celestes cruzava com a da Terra, as
chances de colisão eram grandes. Durante seus primeiros 200 a 400
milhões de anos, a Terra foi alvo de um bombardeio constante, ora
de asteroides, ora de bolas de gases congelados, que, aquecidos ao
aproximar-se do Sol, desenvolviam caudas e viravam cometas. (...)
Mas é óbvio que, olhando ao nosso redor, não vemos essas crateras.
O que aconteceu com elas? Foram apagadas da superfície da Terra,
da mesma forma que uma borracha apaga borrões em uma folha de
papel.”
(Fonte: “Poeira das estrelas” Marcelo Gleiser, 2006. Página 199.)
Com relação à passagem final do texto, o que cumpre o papel de
borracha para “apagar” as crateras criadas através dos bombardeios
contra a Terra é:
Gabarito comentado
Alternativa correta: A — A erosão
Tema central: entendimento dos processos que modificam a superfície terrestre ao longo do tempo (erosão, intemperismo, tectônica e vulcanismo) e por que a Terra não preserva as crateras antigas como a Lua. Esse tema é frequente em geologia e geografia física em concursos.
Resumo teórico: A erosão e o intemperismo (ações da água, vento, gelo, variação térmica e processos químicos) removem e transportam material, aplainando feições geológicas. Além disso, a tectônica de placas e o ciclo de relevo (elevação e denudação) reciclam e reformam a crosta. Por isso, crateras antigas são apagadas ao longo de milhões a bilhões de anos. Exemplo comparativo: Lua e Marte preservam crateras porque têm pouca erosão e pouca atividade tectônica; a Terra tem intensa dinâmica superficial e interna (Press & Siever; Kearey et al.).
Justificativa da resposta A: A expressão “borracha” no enunciado indica um processo contínuo que apaga formas do relevo. A erosão e processos associados (intemperismo, transporte e deposição) são os responsáveis por suavizar e remover crateras, explicando por que não as vemos hoje apesar do intenso bombardeio inicial.
Análise das alternativas incorretas:
B — Vulcanismo: pode preencher algumas crateras locais com fluxos de lava, mas não é um agente global e contínuo capaz de apagar a maioria das crateras terrestres ao longo de toda a superfície.
C — Vegetação: cobre e oculta visualmente, mas não “apaga” a estrutura geológica; a forma permanece até ser removida pela erosão ou soterrada por sedimentos.
D — Oceanos: cobrem e sedimentam algumas áreas, mas não “amenizam choques” nem cobriram globalmente todas as crateras; além disso, muitos impactos teriam ocorrido em continentes.
E — Terremotos: deformam a crosta localmente; não atuam de forma generalizada para eliminar crateras antigas — sua energia redistribui tensões, não “apaga” feições por inteiro.
Dica de prova: ao ver metáforas como “borracha”, pense em processos lentos e contínuos que remodelam a superfície (erosão/tectônica). Desconfie de alternativas muito parciais (vulcanismo, vegetação) que podem ocorrer, mas não explicam o fenômeno global.
Fonte indicativa: Gleiser (trecho citado), Press & Siever — Earth, Kearey et al. — Global Tectonics (para conceitos gerais de erosão e reciclagem da crosta).
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