Os motivos estruturais da formação dos megablocos entre os países, considerando os aspectos de produção e
consumo são:
Nova revolução técnico-científica
“Os fundamentos desse novo ciclo - sociedade globalizada - repousam sobre a automatização e a robotização, que
reduzem as necessidades de mão de obra e ampliam a produtividade. [...] A contínua incorporação de tecnologias
de ponta no processo produtivo implica investimentos de alto custo em produtos que rapidamente se tornam
obsoletos, o que exige uma ampliação da escala de mercados. Novas e gigantescas corporações econômicas
passam a liderar uma ampla integração do mercado mundial, diluindo os limites representados pelas barreiras
nacionais.”
MAGNOLLI, Demétrio; ARAUJO, Regina. O projeto da Alca: hemisfério americano e
Mercosul na ótica do Brasil. São Paulo: Moderna, 2003.p.34.
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa A
Tema central: trata-se da relação entre a nova revolução técnico‑científica (automatização, robotização, produtos de ponta e obsolescência rápida) e os motivos estruturais que levam à formação de megablocos econômicos (integração regional e globalização econômica).
Resumo teórico progressivo: A incorporação intensiva de tecnologia gera altos custos fixos e economias de escala. Para recuperar investimentos e manter competitividade, empresas se expandem, fundem‑se e se internacionalizam, gerando grandes corporações transnacionais. Isso pressiona os países a reduzirem barreiras e a coordenarem políticas regionais, originando megablocos (ex.: UE, NAFTA/USMCA, Mercosul). Fontes úteis: Magnolli & Araujo (2003) e Dicken, P. (Global Shift) sobre produção global e TNCs.
Por que a alternativa A está correta: ela explicita exatamente o mecanismo: altos investimentos em tecnologia → formação de empresas gigantes → necessidade de mercados ampliados; além disso menciona o enfraquecimento do Estado‑nação e a necessidade de ação conjunta internacional — elementos presentes na literatura sobre globalização econômica e no texto de apoio.
Análise das alternativas incorretas:
- B — Erra ao atribuir a formação de blocos à monopolização por governos ricos. O processo é dominado por corporações e por lógica de mercado, não por monopólios estatais de países ricos; trata-se de integração econômica, não de controle exclusivo por governos.
- C — Afirma o fortalecimento do Estado‑nação como causa; contrapõe o enunciado. A tendência apontada é de relativa perda de autonomia frente às corporações e à integração regional, não de maior planificação estatal.
- D — Romantiza o motivo (solidariedade ambiental). Embora cooperação e meio ambiente possam entrar em agendas, não são os motivos estruturais principais para a formação dos megablocos descritos (que são econômicos: escala, tecnologia, capital).
- E — Mistura fenômenos: instabilidade econômica pode enfraquecer o Estado, mas a resposta proposta (empresas nacionais se unirem por causa do consumo de supérfluos) não explica a lógica estrutural global de investimento em tecnologia e busca por escala internacional.
Dica de prova: destaque no enunciado palavras‑chave — automatização, investimentos de alto custo, ampliação da escala, corporações gigantes — e busque a alternativa que retome esse encadeamento causal.
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