A partir da formação da camada protetora de ozônio na atmosfera,
os seres vivos puderam migrar da água para o ambiente terrestre.
Contar a história evolutiva dos vegetais e dos animais, principalmente
dos vertebrados, é contar a história dessa migração.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a evolução da vida,
é correto afirmar:
A análise do reino mineral, desde os primórdios, leva
a uma conclusão surpreendente: a maioria dos
minerais deve sua existência às formas vivas do
Planeta.
Há 4,6 bilhões de anos, milhões de planetesimais
se formaram no anel de poeira e gás que
permaneceu ao redor do Sol recém-inflamado e
colidiram, constituindo a Terra.
Na Terra vermelha formada, há 2 bilhões de anos,
organismos vivos fotossintéticos presentearam a
atmosfera com um pequeno percentual de oxigênio,
alterando de forma drástica sua ação química.
Minerais ferrosos abundantes no basalto negro
oxidaram em compostos férricos vermelho-ferrugem.Os micro-organismos (verdes) depositaram
camadas de um material denominado estromatólito,
composto de minerais, como carbonato de cálcio.Há 400 milhões de anos surgiram organismos
pluricelulares e as plantas colonizaram a terra
seguidas pelos animais.
Por quase toda a história do nosso planeta, o
ambiente terrestre era inabitável. A radiação
ultravioleta destruía biomoléculas essenciais e
matava a maioria das células. Com os níveis mais
altos de oxigênio atmosférico, formou-se uma camada
de ozônio estratosférica protetora, escudando a terra
subjacente dos raios ultravioleta, o que possibilitou
o desenvolvimento de uma biosfera terrestre.
(HAZEN, 2011, p. 40-47).
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa C
Tema central: colonização do ambiente terrestre pela vida e as adaptações necessárias para a vida fora da água — sobretudo mecanismos para evitar a desidratação e soluções reprodutivas. Conhecimentos úteis: evolução dos vegetais e dos vertebrados, ciclo de vida vegetal (gametófito/esporófito) e inovações como cutícula, tecidos vasculares, sementes e ovo amniótico (Hazen, 2011; Campbell & Reece).
Resumo teórico: a transição água→terra exigiu adaptações para retenção de água e proteção contra radiação UV (ozônio) e perdas por evaporação. Em plantas: cutícula cerosa, estômatos, sistemas vasculares, raízes e, mais tarde, sementes/pólen. Em animais: pele queratinizada/escamas, estrutura respiratória/locomotora para suporte em ar, e — decisivo para independência reprodutiva — o ovo amniótico em amniotas.
Por que a alternativa C é correta: afirmar que organismos plenamente adaptados ao ambiente terrestre apresentam adaptações para retenção de água é preciso e geral. Exemplos: plantas vasculares com cutícula e estômatos; gimnospermas e angiospermas com sementes; vertebrados amniotas com pele impermeável e ovo amniótico — todas estratégias que reduzem perda hídrica e permitem ciclo de vida independente da água.
Análise das alternativas incorretas:
A — incorreta: embora plantas terrestres tenham aparecido cedo, dizer que precederam os animais unicamente por “menor dependência de água” é simplista. Muitos vegetais primitivos (briófitas, samambaias) ainda dependem de água para fecundação.
B — incorreta: a evolução terrestre favoreceu a expansão do esporófito (planta com maior independência da água), não do gametófito.
D — incorreta: anfíbios foram os primeiros vertebrados a sair da água, mas não “dominaram” a terra — sua reprodução ainda exige água; os verdadeiros dominadores terrestres entre os vertebrados foram os amniotas (répteis, aves, mamíferos) por causa do ovo amniótico.
E — incorreta: gimnospermas e répteis desenvolveram adaptações análogas à vida terrestre (sementes/pólen vs. ovo amniótico), mas não são equivalentes nem representam um “grupo de transição” entre água e terra de forma direta e paralela.
Dica de interpretação: identifique palavras-chaves (p. ex. “plenamente adaptados”, “predomínio”) e compare com o que cada inovação realmente resolve (retenção de água vs. reprodução). Atenção a generalizações e confusões entre precedência histórica e mecanismo adaptativo.
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