Ação implacável
Pesquisadores descobrem no solo antibiótico natural
capaz de matar bactérias resistentes causadoras de doenças graves, como infecções hospitalares e tuberculose.
(http://cienciahoje.uol.com.br)
O novo antibiótico, a teixobactina, impede a síntese da parede
celular de alguns tipos de bactérias por se ligar a substâncias
precursoras de lipídios dessa parede. Além de presente
nas bactérias, a parede celular também é encontrada
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa D
Tema central: ação de antibióticos que bloqueiam a síntese da parede celular bacteriana (ex.: teixobactina) e identificação de quais organismos têm parede celular com composição compatível com esse alvo.
Resumo teórico: a parede celular das bactérias contém peptidoglicano (mureína). Alguns antibióticos ligam-se a precursores lipídicos desse processo (por ex., Lipid II) e impedem a montagem da parede (Ling et al., Nature 2015; Alberts et al.). Plantas têm parede formada principalmente por celulose (polissacarídeo), fungos por quitina (polissacarídeo de N‑acetilglucosamina). Células animais não têm parede celular; vírus não têm parede celular (têm capsídeo proteico e às vezes envelope lipídico); protozoários, em geral, também não apresentam parede típica de células vegetais/bacterianas.
Por que D está correta: a alternativa D afirma que em células vegetais a parede contém celulose, motivo pelo qual o antibiótico que age sobre precursores lipídicos do peptidoglicano bacteriano não teria ação sobre plantas. Isto está correto: a composição distinta (celulose) torna o alvo do antibiótico inexistente nas plantas.
Análise das alternativas incorretas
A — Incorreta. Células animais não possuem parede celular; possuem membrana plasmática (bicamada lipídica com proteínas). Chamar isso de “parede” e afirmar que é lipoproteica e alvo do antibiótico é equivocação.
B — Incorreta. Fungo tem parede de quitina, que é um polissacarídeo, não um lipídio. Logo, a justificativa “quitina é um tipo de lipídio” é falsa e o mecanismo do antibiótico não se aplica.
C — Incorreta. Protozoários, em sua maioria, não têm parede celular típica; muitos têm membrana celular simples ou estruturas de suporte (película), não uma parede lipoproteica com precursores de peptidoglicano.
E — Incorreta. Vírus não possuem parede celular; têm capsídeo proteico e, em alguns casos, envelope lipídico. Além disso, vacinas previnem infecções, não “combatem” vírus já presentes; a afirmação é imprecisa.
Dica de interpretação para provas: foque em palavras‑chave do enunciado (ex.: “precursores de lipídios da parede” → pensar em Lipid II/peptidoglicano → aplicável a bactérias). Desconfie de definições incorretas (ex.: chamar quitina de lipídio; chamar membrana plasmática de parede).
Fontes: Ling et al., Nature 2015 (teixobactina); Alberts et al., Molecular Biology of the Cell; Campbell Biology.
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