Questão 4566ddfb-3c
Prova:UNESP 2015
Disciplina:Biologia
Assunto:Evolução biológica, Origem e evolução da vida

Estudo confirma que meteorito causou extinção dos dinossauros
Um estudo publicado na revista Science de 08.02.13 pretende pôr um ponto final na discussão sobre qual foi o evento que levou à extinção dos dinossauros. Os novos dados obtidos pelos pesquisadores são os mais precisos até agora e mostram que o meteorito atingiu a Terra há 66.038.000 anos, pouco antes da extinção.
(http://veja. abril.com.br. Adaptado.)
Um fato ainda pouco divulgado pela mídia é que, nesse mesmo período, cerca de 2/3 das espécies que viviam na Terra também foram extintas, configurando um grande evento de extinção em massa.
Dentre os fatores decisivos para essa extinção em massa, é correto inferir que

A
os dinossauros ocupavam o topo da cadeia alimentar e com a sua extinção houve um aumento descontrolado das populações das espécies que lhes serviam de presa, causando um colapso nas relações tróficas.
B
o sucesso adaptativo dos dinossauros no papel de predadores levou ao declínio das populações de espécies que lhes serviam de presa, resultando na redução das fontes de alimento.
C
o impacto do meteorito causou a extinção de muitas espécies de produtores, o que contribuiu para o declínio das populações de consumidores primários, secundários e, assim, sucessivamente, ao longo da cadeia alimentar.
D
o impacto do meteorito causou a morte abrupta dos dinossauros, o que disponibilizou imensas quantidades de matéria orgânica para decomposição, alterando a composição da atmosfera e levando as demais espécies à extinção.
E
a extinção das várias espécies de dinossauros resultou no aumento das populações de outros predadores, o que alterou as relações tróficas, causando um desequilíbrio no ecossistema e o consequente colapso das comunidades.

Gabarito comentado

P
Pâmela ArrudaMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa C

Tema central: o exercício trata da consequência ecológica imediata de um grande impacto (meteoro) sobre ecossistemas—como a perda de produtores (plantas, fitoplâncton) repercute ao longo das cadeias tróficas e desencadeia extinções em massa (hipótese de impacto — Alvarez et al., 1980; datação precisa: Renne et al., 2013).

Resumo teórico curto e progressivo: produtores (autotróficos) capturam energia solar e sustentam consumidores primários; se produtores são massivamente mortos (bloqueio da luz, queda de temperatura, aerossóis e poeira), há falta de alimento para herbívoros. A perda dos herbívoros reduz recursos para carnívoros; assim, o colapso sobe ao longo da teia alimentar (princípio de transferência de energia e dependência trófica — Odum, 1971; Campbell Biology).

Por que a alternativa C está correta: ela descreve exatamente o efeito direto esperado de um grande impacto: destruição ou redução intensa de produtores → queda de consumidores primários → efeito cascata sobre consumidores secundários e assim por diante. Esse mecanismo é consistente com evidências paleontológicas e modelos ecológicos usados para explicar extinções em massa (impacto Chicxulub e inverno de impacto).

Análise das alternativas incorretas:

A: afirma que a extinção dos dinossauros liberou presas e causou aumento descontrolado — incoerente temporalmente: a perda de predadores tende a aumentar presas localmente, mas no cenário do impacto o problema foi a redução de recursos (produtores), não superpopulação de presas.

B: responsabiliza o sucesso adaptativo dos dinossauros por redução de presas visando colapso; isso explica pressão predatória gradual, não uma extinção em massa súbita associada a um evento catastrófico.

D: sugere que cadáveres massivos alteraram a atmosfera por decomposição ao ponto de causar extinção generalizada — quantidade de matéria orgânica morta por si só não explica o padrão global observado; o mecanismo principal foi bloqueio da luz e mudanças climáticas rápidas.

E: diz que aumento de outros predadores causou desequilíbrio; também não condiz com evidências: o padrão foi perda de numerosos táxons ligada a colapso produtivo, não rearranjo por novos predadores.

Dica de prova: ao ler alternativas, procure o mecanismo causal plausível e a escala temporal (súbita vs. gradual). Em eventos de impacto, foque em processos físicos (poeira, bloqueio de luz, queda de produtividade) que geram efeitos em cascata.

Referências breves: Alvarez et al., Science, 1980 (hipótese de impacto); Renne et al., 2013 (datação K–Pg); princípios ecológicos em Odum e Campbell Biology.

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