Questão 3e66adc1-29
Prova:UFBA 2013
Disciplina:Biologia
Assunto:Vírus e bactérias, Identidade dos seres vivos

Há dez anos, a descoberta do Mimivírus, um vírus que infecta Acanthamoeba, iniciou uma reavaliação sobre os limites superiores do mundo viral, tanto em termos do tamanho da partícula (>0.7 micrômetros), quanto à complexidade do genoma (1000 genes), dimensões típicas de bactérias parasitas. A diversidade destes vírus gigantes (Megaviridae) foi avaliada por amostragem de uma variedade de ambientes aquáticos e seus sedimentos associados em todo o mundo. Relatamos o isolamento dos dois vírus gigantes, um da costa do Chile central, o outro de uma lagoa de água doce perto de Melbourne (Austrália), ambos sem semelhança morfológica ou genômica com as famílias de quaisquer vírus definidos anteriormente. Suas partículas, de formato oval, contêm genomas de DNA de 2,5 e 1,9 megabases, respectivamente. Estes vírus são os primeiros membros do gênero proposto "Pandoravirus", um termo que reflete sua falta de semelhança com micro‑organismos descritos anteriormente e também as surpresas esperadas a partir de estudos futuros. (PHILIPPE et al. , 2013, p. 281).

Embora tenham o tamanho de uma bactéria e genomas grandes, com relativa complexidade, esses agentes infecciosos são classificados como vírus pelos pesquisadores. Para tanto, devem apresentar, entre outras características, as seguintes:

Conjunto de genes que codificam as proteínas que compõem o capsídeo e outras envolvidas com o seu mecanismo de infecção da célula hospedeira.

C
Certo
E
Errado

Gabarito comentado

P
Pâmela ArrudaMonitor do Qconcursos

Resposta: C — Certo

Tema central: identificação de vírus — quais características genéticas sustentam a classificação de um agente como vírus, mesmo quando é «gigante» (pandoravírus, mimivírus).

Resumo teórico progressivo: vírus são entidades obrigatoriamente intracelulares que costumam apresentar genoma (DNA ou RNA) que codifica proteínas estruturais do capsídeo e proteínas usadas no reconhecimento/entrada e início da replicação na célula hospedeira. Essas sequências gênicas que codificam o capsídeo e fatores de infecção são marcas funcionais típicas de vírus e ajudam a distingui‑los de outras partículas ou organelos celulares (Flint et al., Principles of Virology; Fields Virology).

Por que a alternativa C está correta: afirmar que um vírus deve apresentar um conjunto de genes que codificam proteínas do capsídeo e outras relacionadas ao mecanismo de infecção é coerente com a definição funcional de vírus. Mesmo os vírus gigantes (Pandoravirus, Mimivirus) exibem genes que codificam proteínas estruturais do capsídeo e proteínas envolvidas em adesão/entrada e manipulação do hospedeiro — evidências usadas para classificá‑los como vírus (Philippe et al., 2013). A presença desses genes demonstra que a partícula não é uma bactéria, nem um fragmento genômico livre: ela carrega instruções para formar sua cápside e para iniciar o ciclo infeccioso, características centrais do ciclo viral.

Dica de interpretação (estratégia de prova): ao avaliar enunciados sobre identidade dos seres vivos, procure a função — se o agente codifica sua própria estrutura viral (capsídeo) e fatores de infecção, trata‑se de vírus. Cuidado com enunciados que confundem tamanho/genoma (grande ≠ ser celular).

Fontes recomendadas: Philippe et al., 2013 (descrição de Pandoravirus); Flint et al., Principles of Virology; Fields Virology — manuais de referência sobre definição e genética viral.

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