Pesquisadores americanos e canadenses descobriram que um dos tipos de células-tronco, as
chamadas luminais progenitoras (que dão origem a um tipo de tecido mamário), são geneticamente mais
vulneráveis às transformações que levam ao câncer. O trabalho demonstra que os telômeros nessas
células são naturalmente menores, independentemente da idade.
Buscando uma explicação para a associação entre a ocorrência de câncer mamário e o tamanho
dos telômeros, pode-se afirmar:
Telômeros menores são característicos de células indiferenciadas, o que predispõe as células luminais
progenitoras a sucessivos ciclos de divisão celular.
Buscando uma explicação para a associação entre a ocorrência de câncer mamário e o tamanho dos telômeros, pode-se afirmar:
Telômeros menores são característicos de células indiferenciadas, o que predispõe as células luminais progenitoras a sucessivos ciclos de divisão celular.
Gabarito comentado
Resposta correta: E — Errado
Tema central: telômeros, capacidade de divisão celular e relações com células-tronco/progenitoras e câncer. É importante distinguir células verdadeiramente indiferenciadas (stem cells) de células progenitoras parcialmente comprometidas.
Por que a afirmação está errada
A frase afirma que “telômeros menores são característicos de células indiferenciadas, o que predispõe as células luminais progenitoras a sucessivos ciclos de divisão celular.” Isso contém dois equívocos principais:
- Direção invertida: células indiferenciadas (células-tronco) tendem a manter telômeros mais longos e têm mecanismos de manutenção (ex.: telomerase) para preservar a capacidade de autorrenovação. Telômeros curtos são típicos de células que já passaram por muitas divisões ou que não possuem manutenção ativa — não de células “mais indiferenciadas”. (Ver: Alberts et al.; Blackburn, Greider & Szostak).
- Consequência errada: telômeros curtos não predispõem a sucessivos ciclos de divisão; ao contrário, o encurtamento progressivo leva ao limite replicativo, senescência ou morte celular. Contudo, telômeros muito curtos podem causar instabilidade genômica, o que, se combinado com perda de controles e/ou reativação de telomerase, pode favorecer transformação maligna. Ou seja: telômeros curtos contribuem para risco por instabilidade, não por aumentar diretamente o número de divisões. (Ver: Shay & Wright, Nat Rev Cancer).
Aplicação ao caso das luminal progenitoras: estudos indicam que essas células podem apresentar telômeros relativamente mais curtos do que outras populações, o que as torna mais vulneráveis à instabilidade genética — explicando maior risco tumoral. Mas isso não significa que telômeros curtos sejam marca de “indiferenciação” nem que provoquem aumento de ciclos de divisão; a interpretação do enunciado mistura conceitos e reverte causalidades.
Dica para provas: ao ver afirmações que relacionam telômero curto → maior divisão, questione a direção causal. Lembre-se: telômeros longos + telomerase = maior potencial replicativo; telômeros curtos = sinal de replicações anteriores e risco de instabilidade genética.
Fontes: Alberts et al., Molecular Biology of the Cell; Blackburn, Greider & Szostak (revisões sobre telômeros); Shay & Wright, Nat Rev Cancer (telomerase e câncer).
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