Além do Horizonte
Numa frequência que seus olhos não captam – enxergamos
o mundo por uma fresta do espectro eletromagnético –
passam pulsos curtos e manifestam-se fluxos constantes de
energia. (...) Se fosse possível enxergar no infravermelho próximo, frequência próxima da luz visível, você teria os olhos
grandes com que ufólogos descrevem supostos alienígenas
surpreendidos em incursões dissimuladas pela Terra. Mas o
olho humano foi “pacientemente esculpido" pelo Sol, embora
uma ideia como esta possa parecer um pouco surpreendente.
Nossos olhos são detectores biológicos de uma parte da energia
emitida por uma estrela amarela de meia-idade. Se fosse
uma estrela vermelha e envelhecida, nosso olho seria maior.
(Ulisses Capozzoli. Scientific American Brasil, fevereiro 2011. Adaptado.)
Neste fragmento de texto, o autor estabelece uma interessante
correlação entre um fenômeno físico e um fenômeno biológico. Com base nas afirmações ali contidas, pode-se afirmar
corretamente que
Numa frequência que seus olhos não captam – enxergamos o mundo por uma fresta do espectro eletromagnético – passam pulsos curtos e manifestam-se fluxos constantes de energia. (...) Se fosse possível enxergar no infravermelho próximo, frequência próxima da luz visível, você teria os olhos grandes com que ufólogos descrevem supostos alienígenas surpreendidos em incursões dissimuladas pela Terra. Mas o olho humano foi “pacientemente esculpido" pelo Sol, embora uma ideia como esta possa parecer um pouco surpreendente. Nossos olhos são detectores biológicos de uma parte da energia emitida por uma estrela amarela de meia-idade. Se fosse uma estrela vermelha e envelhecida, nosso olho seria maior.
(Ulisses Capozzoli. Scientific American Brasil, fevereiro 2011. Adaptado.)
Neste fragmento de texto, o autor estabelece uma interessante correlação entre um fenômeno físico e um fenômeno biológico. Com base nas afirmações ali contidas, pode-se afirmar corretamente que
Gabarito comentado
Gabarito: Alternativa C
Tema central: relação entre fenômenos físicos (espectro e radiação solar) e a seleção natural na modelagem de características orgânicas — aqui, o tamanho e a forma do olho.
Resumo teórico (claro e progressivo): A seleção natural age sobre variações herdáveis entre indivíduos; o ambiente físico (luz, temperatura, disponibilidade de recursos) é um dos agentes seletivos que determina quais variantes aumentam a aptidão. Assim, características anatômicas não são “esculpidas” fisicamente em cada indivíduo pela luz durante sua vida, mas populações evoluem ao longo de gerações por seleção imposta por condições físicas. (Ver: Darwin, 1859; Campbell & Reece, livros de Biologia evolutiva.)
Justificativa da alternativa correta (C): A alternativa C afirma que o tamanho e a conformação do olho resultaram da seleção natural e que agentes dessa seleção incluem fenômenos físicos como a radiação solar. Isso combina corretamente a ideia de que o ambiente físico direciona a seleção, sem confundir processo populacional evolutivo com efeitos diretos de desenvolvimento individual.
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta: nega qualquer influência física, atribuindo tudo exclusivamente à seleção natural, o que é falso. A seleção natural opera via pressões ambientais (físicas e bióticas).
B — Incorreta: confunde ontogênese com evolução. Afirma que o Sol “esculpe” o olho no desenvolvimento individual, quando o correto é que a evolução por seleção, ao longo de gerações, molda a forma ocular.
D — Incorreta: diz que a seleção produziu olhos em sentido contrário ao esperado pela ação dos raios solares — sem fundamento. O texto sugere concordância entre espectro solar e avaliação adaptativa, não oposição.
E — Incorreta: coloca fenômenos físicos acima dos biológicos (“se sobrepõem”), como se anulassem a seleção. Física fornece os desafios ambientais; a resposta adaptativa é biológica e populacional — não uma sobreposição hierárquica que anula seleção.
Dica de interpretação de provas: procure distinguir processos individuais (desenvolvimento/ontogênese) de processos populacionais (evolução/seleção). Pegadinhas comuns confundem causalidade direta no indivíduo com seleção ao longo de gerações.
Fontes recomendadas: Darwin (1859), Futuyma (Evolutionary Biology), Campbell & Reece (Biology).
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