”O desenvolvimento da primeira metade do século XX apresenta-se basicamente
como um processo de articulação das distintas regiões do país [o Brasil] em
um sistema com um mínimo de integração. O rápido crescimento da economia
cafeeira – durante o meio século compreendido entre 1880 e 1930 – se, por um
lado, criou fortes discrepâncias regionais de níveis de renda per capita, por outro,
dotou o Brasil de um sólido núcleo em torno do qual as demais regiões tiveram
necessariamente de articular-se. Esse processo de articulação começou, conforme já
indicamos, com a região sul do país”. (Celso Furtado. Formação econômica do Brasil.
São Paulo: Editora Nacional, 1986).
Considerando o texto acima e os desenvolvimentos posteriores do tema nele
tratado, pode-se afirmar que o Brasil atual:
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa C
Tema central: integração regional no Brasil — como processos históricos (cafeeiro, industrialização) criaram um núcleo econômico que articulou o país e gerou desigualdades territoriais persistentes. Para responder, é preciso unir leitura histórica (Celso Furtado) e dados contemporâneos sobre população e PIB (IBGE, Atlas do Desenvolvimento Humano).
Resumo teórico: o modelo agroexportador e a industrialização concentraram investimentos, infraestrutura e população em um núcleo (principalmente Sudeste, com influência do Sul). Esse padrão de concentração gerou uma questão regional: centros desenvolvidos x periferias menos desenvolvidas. Políticas públicas reduziram desigualdades pontualmente, mas não as eliminaram.
Por que a alternativa C é correta? Ela afirma continuidade da questão regional e a existência de preponderância econômica e demográfica dos Estados mais dinâmicos do país. Isso condiz com dados e análises: a maior parte do PIB e da população concentra‑se nas regiões Sudeste e Sul (e especialmente no Sudeste), demonstrando a persistência do núcleo econômico citado por Furtado. Fontes relevantes: Celso Furtado (Formação Econômica do Brasil), IBGE e Atlas do Desenvolvimento Humano (PNUD/FGV) mostram essa concentração e as desigualdades regionais persistentes.
Análise das alternativas incorretas:
A) Incorreta — afirma aumento da preponderância dos Estados do sul e vantagens de representação política. Não houve acentuação exclusiva para o Sul; o Sudeste permanece como principal núcleo econômico. Quanto à representação política, o sistema federal (ex.: Senado) muitas vezes beneficia estados menores, não necessariamente os do Sul.
B) Incorreta — diz que o país “dista por completo” do padrão até 1930 graças a políticas recentes. É exagero: houve avanços sociais e investimentos no Norte/Nordeste, mas a estrutura regional com concentração econômica persiste.
D) Incorreta — afirma inversão com preponderância política (mas não econômica) do Norte. O Norte ganhou relevância estratégica (recursos, meio ambiente), mas não atingiu preponderância política nem econômica comparável ao núcleo Sudeste–Sul.
E) Incorreta — a comparação é possível; além disso, a República oligárquica dominante até 1930 estava centrada no café (São Paulo e Minas), não nos Estados do Sul. A alternativa confunde história e conclude pela impossibilidade de comparação, o que é falso.
Dica de prova: busque palavras absolutas (“por completo”, “praticamente”) como sinal de alternativa provável de eliminação; prefira opções que reconheçam continuidade histórica e usem dados para verificação.
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