Os estômatos presentes em folhas de plantas fósseis podem trazer importantes informações a respeito de
características do ambiente no qual essas plantas viviam. Apesar de existirem exceções, tipicamente é correto afirmar
que fósseis com menor densidade de estômatos nas folhas são registros de plantas que viviam em ambientes com:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa D
Tema central: os estômatos são poros foliares que permitem trocas gasosas (entrada de CO2 para fotossíntese e perda de água). A densidade de estômatos em folhas fósseis funciona como proxy paleoclimático — especialmente para a concentração atmosférica de CO2 e, indiretamente, para condições climáticas globais.
Resumo teórico (claro e progressivo):
1) A planta regula número e tamanho de estômatos conforme necessidade de captar CO2 e controlar perda de água.
2) Em concentrações atmosféricas de CO2 mais altas, menos estômatos são necessários para suprir a demanda de CO2 → queda na densidade estomática (índice estomático também diminui).
3) Períodos de alta [CO2] na Terra costumam coincidir com climas mais quentes (condições “greenhouse”), portanto fósseis com baixa densidade estomática tipicamente indicam alta disponibilidade de carbono (CO2) e altas temperaturas globais. (Ver reviews e estudos: Woodward 1987; Royer 2001; Franks & Beerling 2009.)
Justificativa da alternativa D: Menor densidade de estômatos reflete resposta direta a elevada concentração atmosférica de CO2 — menos aberturas necessárias para captar CO2 suficiente. Em paleobotânica, picos de CO2 atmosférico associam-se a episódios de aquecimento global; assim, o cenário mais coerente é alta disponibilidade de carbono e altas temperaturas.
Análise das alternativas incorretas:
A (baixa disponibilidade de carbono e baixas temperaturas) — incorreta: baixa [CO2] tende a aumentar a densidade estomática (mais poros para captar CO2), não diminuir.
B (baixa disponibilidade de carbono e alta umidade) — incorreta: o fator determinante aqui é o baixo CO2, que provoca aumento, não redução, da densidade estomática; alta umidade por si pode reduzir perda de água, mas não compensa o efeito do CO2 na resposta evolutiva/fisiológica.
C (alta disponibilidade de carbono e baixas temperaturas) — improvável como padrão paleoclimático: embora alta [CO2] cause menor densidade, episódios com CO2 elevado costumam acompanhar temperaturas altas; além disso, baixas temperaturas tendem a reduzir metabolismos e não combinam com os regimes de CO2 elevados típicos de “greenhouse”.
E (alta disponibilidade de oxigênio e baixa umidade) — incorreta: variações de O2 não são o principal controlador de densidade estomática; baixa umidade geralmente seleciona por estratégias de redução de perda d’água (mas isso interage com estômato via fechamento e tamanho, não explica diretamente baixa densidade fóssil ligada a CO2).
Dica de prova: ao ver questões sobre estômatos como proxy, priorize a relação inversa entre [CO2] atmosférico e densidade estomática. Desconfie de alternativas que misturam fatores secundários (O2, humidade) como causa principal.
Referências indicativas: Woodward (1987), Royer (2001), Franks & Beerling (2009) — revisões clássicas sobre estômatos como proxy de CO2.
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