Existe uma regra geral em fisiologia animal que define como sendo de 1 mm a espessura máxima de um tecido capaz
de sustentar suas células se o mecanismo de transporte é realizado apenas por difusão. Células, tecidos e
organismos precisam ter acesso a oxigênio e nutrientes e remover compostos nitrogenados e gás carbônico para
poderem realizar suas funções vitais adequadamente. O principal sistema que provê essas condições nos cordados
vertebrados é o sistema circulatório. Inegável reconhecer que, graças a esse sistema (entre outros), vertebrados
podem atingir tamanhos tão grandes como o de baleias ou elefantes. Entretanto, mesmo não apresentando um
sistema circulatório completo, com coração e vasos, alguns animais com estrutura corporal mais simples podem
atingir tamanhos consideravelmente grandes. Sob essa perspectiva, considere as seguintes afirmativas:
1. Poríferos não apresentam tecidos verdadeiros e, portanto, não são capazes de desenvolver órgãos ou sistemas
que possam resolver o problema das trocas internas de gases, nutrientes e excretas. Assim, poríferos são
animais para os quais a regra do 1 mm é efetivamente aplicável, e por isso nenhuma espécie desse grupo atinge
esse tamanho.
2. Alguns cnidários (celenterados) podem atingir grandes dimensões. As soluções para o problema do 1 mm são
variáveis e geralmente baseadas em duas características: a) esses animais são diblásticos (apresentam duas
monocamadas corporais, que geralmente se encontram diretamente em contato com a água externa ou com a
água da gastroderme); b) o aumento corporal está associado ao aumento de uma camada acelular ou com
poucas células, denominada mesogleia.
3. Animais pseudocelomados (também denominados de blastocelomados) podem realizar as trocas internas
utilizando o fluido do pseudoceloma em si. O transporte pode, ainda, ser auxiliado por um sistema de canais
como os encontrados em acantocéfalos e rotíferos, denominado em alguns desses grupos de sistema lacunar
de canais.
4. Apesar de serem acelomados e de não apresentarem um sistema circulatório, muitos platelmintos podem atingir
grandes tamanhos. É o caso das planárias terrestres, que atingem mais de 30 cm de comprimento, e das tênias
(algumas com dezenas de metros de comprimento). Nesses casos específicos, as trocas de gases, nutrientes e
excretas ocorrem através do trato digestivo e pela superfície corporal desses animais, com um processo de
difusão eficiente.
Assinale a alternativa correta.
Existe uma regra geral em fisiologia animal que define como sendo de 1 mm a espessura máxima de um tecido capaz de sustentar suas células se o mecanismo de transporte é realizado apenas por difusão. Células, tecidos e organismos precisam ter acesso a oxigênio e nutrientes e remover compostos nitrogenados e gás carbônico para poderem realizar suas funções vitais adequadamente. O principal sistema que provê essas condições nos cordados vertebrados é o sistema circulatório. Inegável reconhecer que, graças a esse sistema (entre outros), vertebrados podem atingir tamanhos tão grandes como o de baleias ou elefantes. Entretanto, mesmo não apresentando um sistema circulatório completo, com coração e vasos, alguns animais com estrutura corporal mais simples podem atingir tamanhos consideravelmente grandes. Sob essa perspectiva, considere as seguintes afirmativas:
1. Poríferos não apresentam tecidos verdadeiros e, portanto, não são capazes de desenvolver órgãos ou sistemas que possam resolver o problema das trocas internas de gases, nutrientes e excretas. Assim, poríferos são animais para os quais a regra do 1 mm é efetivamente aplicável, e por isso nenhuma espécie desse grupo atinge esse tamanho.
2. Alguns cnidários (celenterados) podem atingir grandes dimensões. As soluções para o problema do 1 mm são variáveis e geralmente baseadas em duas características: a) esses animais são diblásticos (apresentam duas monocamadas corporais, que geralmente se encontram diretamente em contato com a água externa ou com a água da gastroderme); b) o aumento corporal está associado ao aumento de uma camada acelular ou com poucas células, denominada mesogleia.
3. Animais pseudocelomados (também denominados de blastocelomados) podem realizar as trocas internas utilizando o fluido do pseudoceloma em si. O transporte pode, ainda, ser auxiliado por um sistema de canais como os encontrados em acantocéfalos e rotíferos, denominado em alguns desses grupos de sistema lacunar de canais.
4. Apesar de serem acelomados e de não apresentarem um sistema circulatório, muitos platelmintos podem atingir grandes tamanhos. É o caso das planárias terrestres, que atingem mais de 30 cm de comprimento, e das tênias (algumas com dezenas de metros de comprimento). Nesses casos específicos, as trocas de gases, nutrientes e excretas ocorrem através do trato digestivo e pela superfície corporal desses animais, com um processo de difusão eficiente.
Assinale a alternativa correta.
Gabarito comentado
Alternativa correta: D — Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
Tema central: limite da difusão em organismos e estratégias morfológicas/funcionais para trocas gasosas, de nutrientes e excretas. Esse tópico é essencial em fisiologia e morfologia comparada para entender por que surgem sistemas circulatórios ou soluções alternativas em animais simples.
Resumo teórico — A difusão eficaz ocorre em distâncias curtas (ordem de milímetros); para superar esse limite, animais usam: a) superfície corporal aumentada/achatamento; b) cavidades internas (gastrovascular) que distribuem substâncias; c) fluido do celoma/pseudoceloma como meio de transporte; d) canais ou sistemas lacunares; e) mesogleia e estruturas acelulares para suportar grandes volumes (ex.: medusas). Fontes: Campbell & Reece; Ruppert, Fox & Barnes.
Por que 2 e 3 são verdadeiras:
Afirmativa 2: Cnidários são diblásticos (epiderme + gastroderme) separados por mesogleia. Muitos têm poucas camadas celulares e grande mesogleia (ex.: medusas), o que permite corpos volumosos sem um sistema circulatório complexo; o gastrovascular realiza distribuição interna. (Ver: Ruppert et al., Invertebrate Zoology.)
Afirmativa 3: Animais pseudocelomados usam o fluido do pseudoceloma como meio de transporte interno; em vários grupos existem canais ou sistemas lacunares que aumentam eficiência de distribuição (rotíferos, acantocéfalos apresentam estruturas canaliculares). Assim, mesmo sem um verdadeiro celoma ou coração, há mecanismos para trocas internas.
Análise das alternativas incorretas:
Afirmativa 1 — errada: Poríferos (esponjas) não têm tecidos verdadeiros, mas possuem um sistema de canais e coanócitos que movimentam água, permitindo trocas e organismos grandes (cm a metros). A afirmação de que a regra de 1 mm se aplica estritamente e que nenhuma espécie atinge esse tamanho é falsa.
Afirmativa 4 — errada por imprecisão: Platelmintos têm estratégias (achatamento, intestino ramificado, tegumento absorvente) que favorecem difusão, e alguns grupos (tênias) alcançam grande comprimento. Contudo a afirmação generaliza erroneamente: cestode não utiliza trato digestivo (não tem) para trocas — absorve através do tegumento; e exemplos citados (planárias terrestres >30 cm) são imprecisos/exceptionais. Logo, a frase contém incorreções metodológicas e factual, sendo considerada falsa no contexto do enunciado.
Dica para provas: procure termos absolutos (sempre, nunca) e verifique estruturas funcionais específicas (ex.: “trabalho do trato digestivo” vs “tegumento absorvente”). Relacione forma (espessura, cavidade) com o mecanismo de transporte citado.
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