Duas espécies de raposas do Brasil, separadas há milhares de anos pela mata atlântica, estão cruzando entre si
e produzindo filhotes híbridos, talvez porque a derrubada
da maior parte da floresta tenha eliminado a principal barreira que existia entre elas. As raposas são a raposinha-do-
-campo (Lycalopex vetulus), típica do cerrado, e o graxaim-
-do-campo (Lycalopex gymnocercus), natural dos pampas
gaúchos. Pesquisadores fizeram a primeira confirmação
desse cruzamento ao analisarem dois animais classificados
morfologicamente como L. vetulus, mas que apresentavam
DNA mitocondrial de L. gymnocercus. A pesquisa prosseguiu
analisando-se também o DNA nuclear das células de outros
animais coletados. Seis raposinhas-do-campo tinham características de híbridos, inclusive a segunda geração (ou seja,
netos do cruzamento original entre as duas espécies). Cinco delas tinham o DNA mitocondrial de graxaim e uma delas
apresentou sinais de hibridização apenas no DNA nuclear.
(Folha de S.Paulo, 05.04.2017. Adaptado.)
Com base em conhecimentos sobre os mecanismos evolutivos e especiação, conclui-se que as duas espécies de
raposas
Duas espécies de raposas do Brasil, separadas há milhares de anos pela mata atlântica, estão cruzando entre si e produzindo filhotes híbridos, talvez porque a derrubada da maior parte da floresta tenha eliminado a principal barreira que existia entre elas. As raposas são a raposinha-do- -campo (Lycalopex vetulus), típica do cerrado, e o graxaim- -do-campo (Lycalopex gymnocercus), natural dos pampas gaúchos. Pesquisadores fizeram a primeira confirmação desse cruzamento ao analisarem dois animais classificados morfologicamente como L. vetulus, mas que apresentavam DNA mitocondrial de L. gymnocercus. A pesquisa prosseguiu analisando-se também o DNA nuclear das células de outros animais coletados. Seis raposinhas-do-campo tinham características de híbridos, inclusive a segunda geração (ou seja, netos do cruzamento original entre as duas espécies). Cinco delas tinham o DNA mitocondrial de graxaim e uma delas apresentou sinais de hibridização apenas no DNA nuclear.
(Folha de S.Paulo, 05.04.2017. Adaptado.)
Com base em conhecimentos sobre os mecanismos evolutivos e especiação, conclui-se que as duas espécies de raposas