Alguém pode concluir que o surgimento da vida
na Terra foi bem fácil, já que aconteceu tão
rápido. No entanto, se fosse tão fácil, porque
não apareceram várias formas para satisfazer
a larga definição de vida que aceitamos, mas
somente uma? O código genético de todos os
organismos que hoje vivem na Terra, até a mais
simples das bactérias, é idêntico, com poucas
exceções, e isso é evidência convincente de
que toda a vida que hoje existe na Terra teve
uma origem única. (MAYR, 2005, p. 225).
Com base nas informações presentes no texto e nos
conhecimentos científicos a respeito do tema abordado, é
correto afirmar:
Alguém pode concluir que o surgimento da vida na Terra foi bem fácil, já que aconteceu tão rápido. No entanto, se fosse tão fácil, porque não apareceram várias formas para satisfazer a larga definição de vida que aceitamos, mas somente uma? O código genético de todos os organismos que hoje vivem na Terra, até a mais simples das bactérias, é idêntico, com poucas exceções, e isso é evidência convincente de que toda a vida que hoje existe na Terra teve uma origem única. (MAYR, 2005, p. 225).
Com base nas informações presentes no texto e nos conhecimentos científicos a respeito do tema abordado, é correto afirmar:
Gabarito comentado
Resposta correta: B
Tema central: origem da vida (abiogênese) e por que os seres atuais compartilham um código genético quase universal. É preciso conhecer a hipótese heterotrófica (Oparin–Haldane), a síntese abiótica de moléculas orgânicas (Miller‑Urey) e o conceito de protobionte e de ancestral comum (LUCA).
Resumo teórico: A hipótese heterotrófica propõe que, na Terra primitiva, moléculas inorgânicas e simples deram origem, por reações químicas alimentadas por energia (descargas elétricas, radiação UV, calor), a moléculas orgânicas (aminoácidos, nucleotídeos). Essas moléculas se organizaram em estruturas protocelulares — protobiontes — que exibiam propriedades de vida primitiva, precedendo a emergência de sistemas vivos capazes de replicação e metabolismo. Experimentos clássicos: Miller & Urey (1953) obtiveram aminoácidos a partir de uma mistura redutora e descargas elétricas.
Por que B está correta: A alternativa B descreve exatamente essa sequência: evolução química dos inorgânicos para orgânicos e a formação de protobiontes como etapa anterior à vida. Ela concorda com o modelo heterotrófico tradicional e com evidências experimentais e teóricas.
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta. Afirma composição da atmosfera primitiva com O2 e gás carbônico em forma que favoreceria vida imediatamente. Na verdade, a atmosfera primitiva era reduzente ou pobre em O2; oxigênio livre só se acumulou muito depois (evento do grande oxigênio).
C — Incorreta. Mistura conceitos: “larga definição de vida” e diversidade metabólica existem, mas a referência a “todos os cinco reinos” é antiquada (classificações modernas usam três domínios). Além disso, a afirmação liga erroneamente definição de vida à explicação do código genético universal.
D — Incorreta. Convergência evolutiva gera semelhanças funcionais (análogas), não a identidade do código genético. A universalidade do código é melhor explicada por herança de um ancestral comum (LUCA), não por convergência.
E — Incorreta. A existência de grande diversidade e de vários reinos não implica múltiplas origens independentes; a evidência molecular favorece origem única seguida de divergência evolutiva.
Dica de prova: Busque palavras-chave: “heterotrófica”, “evolução química”, “protobionte”, “universalidade do código”, “convergência”. Se a alternativa descreve a sequência química → estruturas protocelulares → vida, é a mais alinhada com a hipótese aceita.
Fontes úteis: Oparin (1924)/Haldane (1929) sobre hipótese heterotrófica; Miller & Urey (1953); Mayr (2005) sobre ancestralidade comum.
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