De todas diferenças entre homem e os animais
inferiores, o senso moral ou consciência é a mais
importante” (1871:70) Charles Darwin.
Ainda que inaugural no campo da biologia a
citação de Charles Darwin encontra na filosofia
política uma aproximação com o pensamento
defendido por um filósofo singular que afirma: “ ...
que o homem é por natureza um ser social, pois,
para sobreviver, não pode ficar completamente
isolado de seus semelhantes” (COTRIN, 2006,
p.272).
Dada a contribuição, que filósofo
corresponde a essa determinada concepção
filosófica?
Gabarito comentado
Alternativa correta: A — Aristóteles
Tema central: a questão conecta uma ideia biológica (Darwin sobre senso moral) com uma concepção clássica de filosofia política: o homem como ser social por natureza. Para resolver, identifique a expressão-chave “por natureza um ser social” — forte indício da fórmula aristotélica zoon politikon (animal político/social).
Resumo teórico: Aristóteles, em Política (Livro I, 1253a), afirma que o homem é por natureza um animal social/político porque a família e a cidade-Estado (polis) surgem naturalmente para suprir necessidades básicas e alcançar o bem comum. A ideia contrasta com interpretações contratualistas: para Aristóteles, a sociabilidade é intrínseca ao homem, não apenas uma escolha para evitar perigos.
Justificativa da alternativa correta: A frase do enunciado é praticamente uma paráfrase da tese aristotélica. Palavras como “por natureza” e “não pode ficar completamente isolado” correspondem diretamente ao núcleo do pensamento de Aristóteles sobre a polis e a sociabilidade humana.
Análise das alternativas incorretas:
B — Thomas Hobbes: pensa o homem no estado de natureza como competitivo e perigoso; a sociedade surge via contrato para escapar de uma vida “solitária, pobre, bruta e curta”. Não afirma sociabilidade natural — é o contrário.
C — Platão: aborda a organização ideal da cidade e a justiça, mas não usa a expressão “por natureza ser social” no sentido aristotélico; seu foco é metafísico/ideal e na educação dos governantes.
D — John Locke: também defensor de contrato social e direitos naturais; porém, a ênfase é na propriedade e no consentimento, não na ideia teleológica de sociabilidade natural como em Aristóteles.
E — Nicolau Maquiavel: analisa poder e prática política pragmática; sua obra trata de eficácia política, não de uma doutrina sobre a natureza social do homem.
Dica para provas: ao ler enunciados, destaque expressões como “por natureza”, “inato” ou “não pode viver isolado” — frequentemente remetem a Aristóteles. Use a técnica de eliminação: compare a frase a teses conhecidas (contratualistas vs. aristotélicos) para eliminar alternativas incompatíveis.
Fontes sugeridas: Aristóteles, Política (Livro I, 1253a); Charles Darwin, The Descent of Man (1871). Cotrin (2006) aparece no enunciado como referência auxiliar.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






