Questão 2960bd83-ec
Prova:CÁSPER LÍBERO 2011
Disciplina:Geografia
Assunto:Geografia Política

Os pacotes bilionários de resgate aprovados pela União Europeia e pelo FMI, em 2010 e 2011, para a Grécia, foram condicionados à implantação de um plano de austeridade que visa à redução dos gastos públicos. Sobre esse acordo político internacional, é correto afirmar que:

A
Ele responde indiretamente aos interesses do governo de Barack Obama, que pretende convencer a comunidade internacional da necessidade de privatizações e da manutenção de um Estado mínimo, além de demonstrar autonomia para lidar com a própria dívida soberana.
B
Após a decretação de inúmeras greves, ele foi apoiado pelos principais sindicatos, na medida em que o descumprimento das obrigações financeiras acarretaria a falência do Estado grego e a consequente impossibilidade de manter em dia os salários dos funcionários e os investimentos sociais.
C
Ele foi recebido pela população com greves e protestos, não apenas porque o plano de austeridade inclui cortes salariais, demissões e aumento de impostos, mas também porque prevê medidas políticas restritivas à liberdade individual.
D
Uma vez que os principais credores são bancos italianos, ele tem, entre suas finalidades, evitar que um mesmo resgate seja necessário na Itália, país que precisa receber os juros da dívida grega para manter seu próprio equilíbrio.
E
Ele pretende garantir que a Grécia obtenha recursos para saldar suas dívidas públicas, o que pode vir a contribuir para evitar que outros países descumpram pagamentos de suas dívidas, e para manter a credibilidade internacional do euro.

Gabarito comentado

P
Paula DelgadoMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: E

Tema central: trata-se da resposta internacional à crise da dívida grega (2010–2011) — pacotes do FMI e da União Europeia destinados a fornecer liquidez e evitar contágio financeiro na zona do euro. É necessário entender conceitos como resgate (bailout), austeridade, contagio financeiro e credibilidade da moeda comum.

Resumo teórico: um resgate público-autorizado fornece recursos para que um Estado honre sua dívida e evite calote. Além do alívio imediato, a condição política comum é implementar reformas e medidas de austeridade para restabelecer a confiança dos credores. O objetivo conjunto de UE, BCE e FMI foi proteger a estabilidade financeira do euro e reduzir risco de contágio a outros países.

Justificativa da alternativa E: ela sintetiza corretamente o objetivo principal dos pacotes: garantir que a Grécia obtenha fundos para pagar dívidas e, assim, impedir que dificuldades gregas provoquem inadimplência em série noutros países e prejudiquem a confiança no euro. Relatórios do FMI e comunicados da Comissão Europeia destacaram explicitamente a meta de preservar a estabilidade da zona euro e a credibilidade do mercado.

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta. Embora EUA influam no sistema financeiro global, os resgates de 2010–11 foram iniciativa da zona do euro, do BCE e do FMI; não respondem primariamente a interesses domésticos do governo Obama nem se tratava de demonstrar “autonomia” para lidar com dívida soberana.

B — Incorreta. A afirmação de apoio sindical generalizado é enganosa: as medidas geraram forte oposição social, greves e protestos. Os sindicatos, em geral, resistiram às políticas de austeridade, mesmo reconhecendo riscos fiscais.

C — Incorreta. É verdadeira a parte sobre cortes, demissões e impostos, mas a alegação de “medidas políticas restritivas à liberdade individual” não é caracterização das condições do resgate — as imposições foram fiscais e institucionais, não diretamente restritivas de liberdades civis.

D — Incorreta. Embora bancos estrangeiros (incluindo italianos) tivessem exposição, os credores eram diversos (bancos europeus, mercados, investidores). A finalidade do resgate era evitar contágio geral ao euro, não exclusivamente salvar credores italianos.

Estratégia para resolver questões assim: identifique o objetivo macro (estabilidade financeira, evitar contágio), desconfie de alternativas que atribuem motivações muito específicas ou políticas internas externas sem provas, e separe efeitos econômicos (dívida, liquidez) de alegações sobre liberdades civis.

Fontes: relatórios do FMI (programas à Grécia 2010–2011), comunicados da Comissão Europeia e do BCE sobre a crise da zona euro.

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