Questão 2779c60e-b1
Prova:UDESC 2017
Disciplina:Geografia
Assunto:Geografia Política

Leia o texto a seguir:


“Todo poder vem de Deus. Os governantes, pois, agem como ministros de Deus e seus representantes na terra. Consequentemente, o trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus.

Resulta de tudo isso que a pessoa do rei é sagrada, e que atacá-lo de qualquer maneira é sacrilégio. (...)

O poder real é absoluto. O príncipe não precisa dar contas de seus atos a ninguém.”

(Jaques-Bénigne Bossuet, 1627-1704)


Assinale a alternativa que apresenta a forma de governo à qual o trecho se refere.

A
Democracia representativa
B
Monarquia constitucional
C
Absolutismo monárquico
D
República monarquista
E
Monarquia populista religiosa

Gabarito comentado

T
Taina VegaMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa C — Absolutismo monárquico

Tema central: o enunciado trata da teoria do direito divino dos reis e do poder ilimitado do soberano — tópico clássico da Geografia Política e História Política, essencial para concursos que cobrem sistemas de governo e formação do Estado moderno.

Resumo teórico: o Absolutismo monárquico (séculos XVI–XVIII, com destaque para a França de Luis XIV) funda-se na ideia de que o poder soberano provém de Deus, de modo que o rei concentra poderes legislativo, executivo e judiciário, não presta contas e sua pessoa é inviolável. Autor importante: Jaques‑Bénigne Bossuet, defensor explícito do direito divino. Como contraponto crítico histórico, veja Montesquieu, O Espírito das Leis (1748).

Justificativa da alternativa correta: as frases do texto (“Todo poder vem de Deus”, “o trono do próprio Deus”, “o poder real é absoluto”, “não precisa dar contas”) são marcas conceituais do absolutismo. Portanto, C é a alternativa que corresponde exatamente a essa doutrina política.

Análise das alternativas incorretas:

A — Democracia representativa: incorreta — na democracia representativa o poder emana do povo e os governantes são responsáveis perante ele; há legislatura eletiva e controle.

B — Monarquia constitucional: incorreta — aqui o monarca tem poderes limitados por uma constituição e por parlamento; contraria a afirmação de poder absoluto e impunidade do príncipe.

D — República monarquista: incorreta e contraditória — “república” pressupõe ausência de monarca; expressão incoerente para o contexto do texto que descreve autoridade real absoluta.

E — Monarquia populista religiosa: incorreta — trata-se de um rótulo anacrônico e impreciso; o texto expõe doutrina do direito divino e absolutismo clássico, não um fenômeno político contemporâneo ligado a mobilização popular.

Dica de interpretação para provas: procure palavras-chave: “Deus”, “sagrado”, “absoluto”, “não presta contas” → sinal forte de absolutismo. Diferencie “monarquia constitucional” (limitação) de “absolutismo” (concentração total).

Fontes básicas: J.-B. Bossuet (defesa do direito divino); C. Montesquieu, O Espírito das Leis (crítica ao absolutismo); manuais de História Moderna e Ciência Política.

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