Questão 25ea54ff-7a
Prova:ENEM 2022
Disciplina:Geografia
Assunto:Geografia Econômica

            Nos romances clássicos do século XIX, sobretudo de Balzac ou Jane Austen, a equivalência entre capital e rendimento anual, por intermédio de uma taxa de rendimento de 5% (ou, mais raramente, de 4%), era uma evidência absoluta. Por esse motivo, com frequência os escritores omitiam a natureza do capital e se contentavam em indicar apenas o montante da renda anual produzida. Informavam-nos, por exemplo, que um personagem dispunha de 50 000 francos ou de 2 000 libras esterlinas de renda, sem precisar se eram rendimentos da terra ou de juros sobre a dívida pública. Pouco importava, já que a renda era segura e sistemática nos dois casos, permitindo reproduzir, ao longo do tempo, uma estratificação social conhecida.


PIKETTY, T. O capital no século XXI. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014 (adaptado).



A equivalência destacada nas obras desses romancistas remete aos seguintes aspectos da dinâmica europeia naquele período: 

A
Conflito de classes e movimentos migratórios.
B
Cultura individualista e ampliação do consumo.
C
Desenvolvimento científico e expansão urbana.
D
Modernização produtiva e desconcentração fundiária.
E
Monetarização das trocas e financiamento do Estado.

Gabarito comentado

Marcelo SaraivaProfessor de Atualidades, formado em História (UFF) e Geografia (UFF)
Sobre a interpretação do texto associado buscamos a opção correta.

A) Não há menção no texto a movimentos migratórios.
B) Relações de consumo não são citadas no texto.
C) Nenhum destes aspectos está presente no texto.
D) No texto não é abordado nenhuma dessas possibilidades.
E) Ao explicitar que no passado bastava declarar a renda anual dos personagens sem precisar especificar de qual das opções ela vinha, o autor do texto deixa implícito que a renda da terra estava relacionada a monetarização das trocas e os títulos de juros da dívida pública garantiam rendimentos financiando o Estado.

GABARITO DO PROFESSOR: E





 

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