“Mas se a ferrovia paraibana foi um fiasco quando pensada em sua desenvoltura econômica, bem diferente foi seu papel quando pensada em
termos culturais” (Gervácio B. Aranha. O trem de ferro na Parahyba do Norte. In: História da Paraíba, 2007, p. 114)
As estações de trem na Paraíba tornaram-se lugares atraentes, no século XIX, porque
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: a questão trata do papel das estações ferroviárias na Paraíba do século XIX — não só como infraestrutura econômica, mas como espaços sociais e culturais que transformaram a vida urbana.
Resumo teórico: as ferrovias, mesmo quando pouco eficientes economicamente, funcionaram como centros de sociabilidade. As estações concentravam circulação de pessoas, mercadorias, informação e práticas públicas: famílias esperavam e comunicavam-se, comerciantes negociavam, jovens encontravam-se e lideranças políticas articulavam-se. Esse entendimento está presente em estudos regionais, por exemplo em Gervácio B. Aranha, “O trem de ferro na Parahyba do Norte” (in História da Paraíba, 2007).
Por que a alternativa D é a certa: a alternativa descreve exatamente essas múltiplas funções sociais das estações — ponto de encontro dos citadinos com atividades familiares, comerciais, afetivas e políticas. Isso reflete a interpretação cultural apontada por Aranha: o trem foi culturalmente relevante por criar novas práticas urbanas e espaços públicos.
Análise das alternativas incorretas:
A — incorreta: afirma que eram espaços exclusivos da elite e com proibição de bares/prostituição. Na realidade, as estações atraíam um público variado e espaços comerciais e de serviços frequentemente se formavam ao redor delas.
B — incorreta: exagera na imagem de construções suntuosas e higienizadas. Algumas estações eram bem feitas, mas essa característica não foi a razão principal de sua atração cultural e não era generalizada.
C — incorreta: afirma que as estações apenas consolidadas hábitos seculares da elite e não mudaram o cotidiano. Pelo contrário, promoveram novas formas de sociabilidade e circulação que alteraram práticas urbanas.
E — incorreta: reconhece simbolismo modernizador, mas nega mudança na vida cotidiana da elite. Isso contraria a evidência de que as estações afetaram rotinas, encontros e a vida pública urbana.
Dica de interpretação: ao ver “lugares atraentes”, busque alternativas que descrevam funções sociais múltiplas e concretas (encontros, comércio, política). Desconfie de respostas que limitem o espaço a apenas uma classe social ou a um único atributo arquitetônico.
Fonte principal citada: Gervácio B. Aranha, “O trem de ferro na Parahyba do Norte”, in História da Paraíba (2007).
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