De acordo com a explicação popular para a síndrome de
Spoan, a contaminação pelo agente causador da doença
poderia ser evitada, principalmente, pelo
SPOAN: UMA NOVA DOENÇA
Elenara, então com 20 anos, tinha motivos para se
preocupar. Era casada com José Moura Sobrinho, um
primo em primeiro grau cinco anos mais velho. Ambos
eram naturais de Serrinha dos Pintos, um município de
4.300 habitantes, distante 370 quilômetros a oeste de
Natal, no Rio Grande do Norte, onde subir ao altar com
um parente é um costume local. E tinham na família
“deficientes", tios confinados a cadeiras de rodas devido
a uma misteriosa doença que, paulatinamente, enrijece
e enfraquece primeiro pernas e depois braços, além de
afetar a postura em geral e, em menor intensidade, a
visão e a fala. Apesar dos temores, Isabela, a
primogênita do casal, nasceu normal. “Fiquei aliviada e
pensei que estava tudo bem", relembra Elenara.
“Engravidei da minha segunda filha sem medo." Mas a
história de Paulinha, a caçula de 10 anos, foi diferente. A
menina nasceu com a síndrome Spoan, uma doença
neurodegenerativa recém‐descoberta entre os habitantes da localidade potiguar.
Embora sem cura, a doença em si não é fatal e mantém
intacta a capacidade de pensar dos doentes. Não
provoca retardo mental, dor ou surdez. Mas seus efeitos
sobre a qualidade de vida dos afetados, que se tornam
deficientes físicos, são devastadores. Sobretudo numa
população rural e carente de serviços de saúde como a
de Serrinha dos Pintos, que credita, de forma folclórica,
a origem da nova doença a uma sífilis hereditária de um
antigo e mulherengo ancestral que teria se espalhado
pelo sangue da família.
Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br/2005/07/01/spoan‐uma‐
nova‐doenca/. Acesso em 12.10.15.
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa C — uso de preservativos durante as relações sexuais.
Tema central: identificação da via provável de transmissão segundo a explicação popular apresentada. A população atribui a origem a uma “sífilis hereditária” de um ancestral mulherengo — palavra-chave que remete a uma doença de transmissão sexual.
Resumo teórico rápido: A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum. Transmissão principalmente sexual (contato geniturano) e vertical (congênita) da mãe para o feto. A prevenção envolve sexo seguro (preservativo), rastreamento pré-natal e tratamento com penicilina. (Veja: WHO STIs; CDC – Syphilis)
Justificativa da alternativa C: Como a explicação popular associa a doença a uma sífilis transmitida “pelo sangue da família” originada de um ancestral mulherengo, o vínculo etiológico mais coerente é a transmissão sexual. O uso de preservativos impede o contágio sexual, portanto é a medida indicada para evitar a propagação do agente, justificando a alternativa C.
Análise das alternativas incorretas
A: consumo de água fervida — protege contra patógenos hídricos (por ex. cólera), não contra sífilis sexual.
B: cozimento da carne de porco — previne triquinose e outras zoonoses alimentares, sem relação com sífilis.
D: alimentos ricos em vitamina C — melhoram nutrição e imunidade geral, não previnem infecções sexualmente transmissíveis específicas como sífilis.
E: uso de repelentes — indicado para doenças transmitidas por insetos (dengue, malária), não para infecções sexualmente transmitidas.
Estratégia de prova: procure termos-chave no enunciado (aqui: “sífilis”, “ancestral mulherengo”, “pelo sangue da família”) que indiquem via de transmissão. Use eliminação lógica: relacione cada medida preventiva à via de transmissão correspondente.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!






