Na tentativa de decifrar o código genético, foram feitos diversos
experimentos relacionando os tripletes de nucleotídeos com os
seus aminoácidos correspondentes. O primeiro desses
experimentos foi realizado por Marshall Niremberg e Heinrich
Matthaei e envolveu a tradução in vitro de polímeros sintéticos
de RNA. Desse modo, utilizando-se polímeros de RNA contendo
misturas de nucleotídeos, conseguiu-se decifrar o significado
do código de todos os 64 tripletes de nucleotídeos possíveis.
Com base nos conhecimentos advindos dos experimentos
realizados pelos cientistas na tentativa de elucidar o código
genético, é possível afirmar:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa D
Tema central: O enunciado trata do código genético — a relação entre trincas de nucleotídeos (códons) no RNA mensageiro e os aminoácidos incorporados na síntese proteica. É essencial saber o número de códons, a existência de códons de parada e o conceito de degenerescência do código.
Resumo teórico: São 64 códons possíveis (4³). Destes, 3 são códons de parada (UAA, UAG, UGA) e 61 são códons "códigos" para aminoácidos. Como há apenas 20 aminoácidos, muitos aminoácidos são especificados por mais de um códon — isso chama‑se degenerescência (ou redundância). O "wobble" na posição 3 do códon permite que um mesmo tRNA reconheça vários códons. Fontes clássicas: Alberts et al., Molecular Biology of the Cell; Watson et al., Molecular Biology of the Gene.
Justificativa da alternativa D: A alternativa afirma que muitos aminoácidos são especificados por mais de um códon, explicado pelo fato de existirem 64 códons e apenas 20 aminoácidos. Isso é correto: a redundância do código explica essa diferença e é fundamental para entender a tolerância a mutações silenciosas.
Análise das alternativas incorretas:
A — Incorreta. Um códon codifica um aminoácido (ou parada) independentemente do mRNA específico; não é “relacionado a um único RNA mensageiro”. O mesmo códon vale para quaisquer mRNAs que o contenham.
B — Incorreta. Afirmação confusa: existem 3 códons de término, não dez. Logo a informação numérica está errada.
C — Incorreta. Diferentes tipos celulares de um mesmo organismo usam o mesmo código genético; a variação ocorre em alguns genomas especiais (por exemplo, mitocondrial) ou em certos microrganismos, não por célula funcional.
E — Incorreta. A maioria dos organismos usa o código padrão, mas há exceções bem documentadas no DNA mitocondrial (ex.: em humanos UGA → Trp, AUA → Met, AGA/AGG → parada), portanto não é idêntico em todos os seres vivos.
Dica de prova: Desconfie de afirmações absolutas ("cada", "em todos") e cheque números conhecidos (64 códons, 20 aminoácidos, 3 stops). Memorize exemplos de exceções mitocondriais para eliminar alternativas absolutas.
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