O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
conceitua Cor ou Raça como “característica declarada
pelas pessoas de acordo com as seguintes opções:
branca, preta, amarela, parda ou indígena”. Do ponto
de vista biológico, no entanto, a formação das raças ou
subespécies é produzida por um processo de
“irradiação adaptativa”, observada quando há:
Gabarito comentado
Resposta correta: E
Tema central: formação de raças ou subespécies por irradiação adaptativa — processo evolutivo em que populações de uma mesma espécie, isoladas geograficamente, divergem geneticamente e adaptam-se a ambientes diferentes.
Resumo teórico: quando uma população é fragmentada por barreiras geográficas (montanhas, ilhas, rios), o fluxo gênico entre os fragmentos cessa. Mutação, seleção natural e deriva genética atuam de forma independente em cada grupo, levando ao acúmulo de diferenças hereditárias. Com o tempo surgem subespécies ou espécies novas — fenômeno descrito como especiação alopátrica e geralmente associado à irradiação adaptativa (ver Mayr; Futuyma).
Por que a alternativa E está correta? A opção E afirma “isolamento geográfico de populações de uma mesma espécie, os quais vão se tornando geneticamente diferentes”. Isso descreve precisamente a especiação alopátrica e a formação de subespécies por irradiação adaptativa: mesma espécie → isolamento geográfico → divergência genética → formas distintas.
Análise das alternativas incorretas:
A — fala em “cruzamento de indivíduos de espécies diferentes com características fenotípicas semelhantes”. Cruzamento entre espécies refere-se a hibridação; não descreve irradiação adaptativa nem formação de subespécies da mesma espécie.
B — “cruzamento de indivíduos da mesma espécie com características fenotípicas distintas.” Cruzamentos intraespecíficos apenas recombinam variação existente; sem isolamento geográfico e pressão seletiva persistente, não explicam a formação de raças/subespécies por irradiação adaptativa.
C — mistura termos confusos: “acúmulo de mutações entre espécies de indivíduos de uma mesma população que não se encontra isolada geograficamente.” Se não há isolamento geográfico, o fluxo gênico tende a homogenizar a população, impedindo divergência; além disso a frase “entre espécies” é equivocada no contexto.
D — “isolamento geográfico de populações de espécies diferentes, os quais vão se tornando geneticamente semelhantes.” Populações de espécies diferentes já são distintas; isolamento não as torna mais semelhantes. Esta alternativa está conceitualmente invertida.
Dica de interpretação: busque palavras-chave como mesma espécie, isolamento geográfico e tornando-se geneticamente diferentes. Isso indica especiação alopátrica/irradiação adaptativa. Desconfie de enunciados que misturam “espécies diferentes” ou afirmam divergência sem isolamento.
Fontes recomendadas: E. Mayr, Systematics and the Origin of Species; R. C. Lewontin / D. Futuyma, Evolutionary Biology (manuais e resumos de síntese moderna).
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